DÁ INSTRUÇÃO AO SÁBIO, E ELE SE FARÁ MAIS SÁBIO AINDA; ENSINA AO JUSTO, E ELE CRESCERÁ EM PRUDÊNCIA. NÃO REPREENDAS O ESCARNECEDOR, PARA QUE TE NÃO ABORREÇA; REPREENDE O SÁBIO, E ELE TE AMARÁ. (Pv 9.8,9)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

CONCEITO DE RELIGIÃO: AS DIVERSAS VIAS



1. Religião, uma definição complexa. Definir concreta e objetivamente o termo "religião" é uma tarefa difícil em virtude do caráter polissêmico do termo. Otto Maduro em sua obra Religião e Luta de Classes descreve com pesar as críticas recebidas em função de ter omitido uma definição do vocábulo em sua obra anterior, Marxismo e Religião. O Dicionário Crítico de Sociologia, de autoria dos sociólogos franceses Boudon e Bourricaud e publicado pela editora Ática, 1993, não define o termo embora trate sobre ele. Isto fez-me lembrar da aguda crítica de Charles Taliaferro, na obra Filosofia da Religião, ao afirmar que muitos filósofos da religião preferem as vantagens em demarcar o que se entende por religião em vez de definir o que é e consiste uma religião. [1] Até mesmo o respeitadíssimo sociólogo da religião, o alemão Joachim Wach, em sua obra Sociologia da Religião, afirma que uma definição de religião está fora de sua proposta, mas que é exeqüível compreendê-la como "a experiência do Sagrado." [2]

Segundo o sociólogo venezuelano, Otto Maduro, o termo religião é "um vocábulo situado histórica, geográfica, cultural e demograficamente no seio de uma certa comunidade lingüística e que é esta situação particular que dá o sentido ao vocábulo; um sentido rico, mas, no fundo, um sentido complexo, variável, multívoco e confuso."
[3] O sociólogo refere-se, provavelmente, à dificuldade de sustentar um definição do semema a partir de seu étimo e de seu contexto macrocultural. As línguas de origem indo-européias, por exemplo, não possibilitam, através do étimo, um conceito unívoco.

2. A via etimológica latina. Durante muito tempo os cristãos latinos sustentavam a definição de Cícero de que "religião" era procedente de re-ligio e deriva-se do verbo re-legere, ou seja, "reler ou interpretar ao pé da letra" que, por extensão, significa cuidadosa reconsideração e profunda concentração da mente em estudo que reclama respeito e reverência. Esta é, provavelmente, uma das razões pelas quais os cristãos latinos eram identificados como aqueles que liam os seus escritos e neles retornavam pela busca do sagrado.
Porém, Lactâncio, antigo escritor cristão, afirmou, contrariamente a Cícero, que o vocábulo procedia do verbo latino re-ligare, "tornar a ligar; amarrar de novo". De acordo com a hermenêutica de Lactâncio, religião tratava-se de "um religamento das relações entre o homem e Deus". Contudo, o teólogo presbiteriano B. Teixeira, em sua Dogmática Evangélica, contesta. Segundo o autor, o particípio de re-ligare dá um sentido de “pessoas piedosas, prestando culto e reverência a deuses”, o que está correlato com o significado do original grego. [4]


Mas as revisões continuaram e outros sugeriram que procedia de re-eligere, ou seja, "voltar a escolher", como se o homem voltasse a escolher em definitivo a vida em direção ao sagrado. A filósofa brasileira Marilena Chauí, define o termo religião também a partir do étimo latino. Para a autora religião procede de religio, formada pelo prefixo re (outra vez, de novo) e o verbo ligare (ligar, unir, vincular). Segundo a filósofa a religião é um vínculo entre o profano e o sagrado, isto é, a Natureza (água, fogo, ar, animais, etc) e as divindades que habitam a Natureza ou um lugar separado da natureza. [5] Mesmo ainda, o étimo latino não foi capaz de confinar um sentido específico e norteador.

3. A via etimológica helênica. O étimo grego também não favorece adequadamente uma definição plausível e definitiva de religião. O sentido provavelmente esteja além das definições léxico-sintáticas. Cabe aqui, portanto, a intervenção daquilo que Rudolf Otto declarou a respeito da religião, como sendo esta um mysterium tremendum et fascinosum, classificando-a como uma experiência difícil de ser definida pela ciência. O contexto bíblico, por exemplo, oferece variegadas significações, embora destaque o mysterium. No grego do Novo Testamento, o vocábulo thrēskeía é traduzido por “religião” em At 26.5, e “culto” nos textos de Cl 2.18; Tg 1.26.

O vocábulo é usado para classificar: a) os ritos e leis que regem uma sociedade religiosa (At 15.19; 18.15; 26.3); b) a ocupação na adoração e na disciplina religiosa (At 26.5); e, c) certos atos filantrópicos (Tg 1.26,27). Podemos observar em o Novo Testamento que "religião" pode ser compreendida em sentido objetivo e subjetivo.

O primeiro está relacionado ao culto, ritos e serviços dirigidos à divindade, neste caso chama-se latreia (latrei,a), ou culto (ver Rm 12.1). O segundo, thrēskeia ou religião (Tg 1.27), no sentido subjetivo chama-se pistis, "fé". Porém, o vocabulário grego é muito rico e usa eusebeia, "piedade", para incluir os dois sentidos anteriores (1 Tm 4.7,8). No contexto epistolar, portanto, thrēskeia significa tanto a religião real, como também à organização exterior, enquanto eusebeia indica uma relação mais pessoal e real com Deus. Isto posto, segundo o Novo Testamento, a religião relaciona-se às atividades que ligam o homem a Deus numa determinada relação (At 25.19; 18.15; 26.3,5; Tg 1.26-27).

Nas definições latinas observamos uma preocupação com o sagrado, mas na helênica com um "sistema complexo em torno do sagrado ou divino". Os dois conceitos em conjunto é muito mais apropriado do que um em detrimento ao outro. Há, contudo, uma direção nas várias definições neotestamentárias que parecem corroborar com a posição de Joachim Wach a respeito do caráter objetivo da experiência religiosa. Se a "Religião é a experiência do Sagrado" e a "experiência do sagrado" pode ser definida como a "experiência de qualquer pessoa com a divindade", logo, latreia e thrēskeia enquanto "serviço sagrado dedicado à divindade" estão ligados ao caráter objetivo da qual afirmou o sociólogo alemão. O aspecto subjetivo devido às suas implicações com a filosofia de Schleirmacher, a psicologia e a antropologia veremos em outro momento.

4. A via filosófica negativa. Na filosofia a religião não desfrutou ainda de uma definição unívoca. Os filósofos ocidentais a definiram de modo distinto e controverso. Uns criticaram negativamente a religião enquanto outros positivamente. Os que consideravam a religião negativamente era FEUERBACH – este considerava a religião uma invenção humana que se origina na fobia, no medo – ; KARL MARX – referiu-se à religião como "ópio para o povo", uma invenção da sociedade capitalista para explorar e um "instrumento de evasão para os oprimidos e de justificação para os opressores"
[6]; COMTE, o patrono do positivismo, ao descrever as vias do conhecimento humano (religiosa, metafísica e científica), classifica a religião como um estágio de ignorância, ultrapassada pela ciência; NIETZSCHE, que afirmara "Deus está morto", considerava a religião como um empecilho ao desenvolvimento dos super-homens; FREUD, criticou a posição dos filósofos anteriores e acreditava, segundo Mondin, que a religião era um "processo de sublimação de uma luta primordial entre os membros do clã doméstico" [7], Deus é apenas a projeção da culpa familiar e a religião a "neurose obsessiva universal da humanidade", isto é, "um delito coletivo"; HEIDEGGER, sustentava que a filosofia não pode falar positivamente a respeito de Deus e da religião.

5. A via filosófica positiva. A via positiva da religião também foi defendida por vários filósofos. HEGEL, por exemplo, definia a religião como "consciência da essência absoluta em geral". O filósofo Paulo Meneses explica que a definição hegelina na seção VII da Fenomenologia, envolve a religião natural (a consciência absoluta tomando consciência de si na natureza); a religião da arte (na forma de consciências-de-si humanas) e, a religião revelada, quando a própria essência absoluta se manifesta como humanidade.
[8] Mais adiante veremos outras opiniões favoráveis à religião.

6. Proposta sugerida por OTTO MADURO. Este define a religião sob o aspecto sociológico, porém reconhecendo as limitações que a mesma inclui: "Religião é uma estrutura de discursos e práticas comuns a um grupo social referentes a algumas forças (personificadas ou não, múltiplas ou unificadas) tidas pelos crentes com anteriores e superiores ao seu ambiente natural e social, frente às quais os crentes expressam certa dependência (criados, governados, protegidos, ameaçados etc.) e diante das quais se consideram obrigados a um certo comportamento em sociedade com seus 'semelhantes'."
[9]

Já BATTISTA MONDIN define a religião como: " o conjunto de conhecimentos, ações e estruturas com as quais o homem expressa reconhecimento, dependência e veneração em relação ao sagrado". [10]


O que é religião para você? Responda-nos.



Notas

[1]TALIAFERRO, Charles. Contemporary Philosophy of Religion. Oxford;Malden: Oxford University Press, 1998, p.21-23.
[2] WACH, Joachim. Sociologia da religião. São Paulo: Edições Paulinas, 1990, Coleção Sociologia da Religião, p. 25.
[3] MADURO, Otto. Religião e luta de classes. 2.ed., Rio de Janeiro: Vozes, 1983, p.31.
[4] TEIXEIRA, Alfredo B. Dogmática Evangélica. 2.ed., São Paulo: Pendão Real, 1976, p.43.
[5] CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2001, p.133.
[6] MONDIN, B. O homem, quem é ele? Elementos de antropologia filosófica. 7.ed.,São Paulo: Paulinas, 1980, p.221.
[7] Id.ibid.,p. 223.
[8] MENESES, P. A fé e a ilustração em luta no mundo da cultura. In FILOSOFIA POLÍTICA, Série III, n.3, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002, p.13.
[9] MADURO, Id. Ibidi., 1983, p.31.
[10] MONDIN, B. Introdução à filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 10.ed.,São Paulo: Paulus, 1980, p.87.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Criacionismo, Evolucionismo e Teoria da Lacuna (Fim)



Agradecemos ao pastor, amigo, cartunista e exímio desenhista Flamir Ambrósio pela charge de abertura deste post. Flamir ganhou em 1995 o prêmio ABEC (hoje Areté) de melhor livro infanto-juvenil ("O Bebê dos olhos de Jabuticaba"). Flamir é um cristão que ama a Jesus.



Introdução

Muito obrigado a todos os que participaram de nossa pesquisa de opinião. Cerca de 87% dos participantes são a favor da inclusão do criacionismo no currículo do ensino Fundamental e Médio; cerca de 09% são contrários; e 4% são a favor de mais debate e, o que é mais interessante, ninguém é indiferente ao tema. A discusão a seguir não procura dirimir controvérsias, mas suscitar questionamentos a respeito da inclusão do ensino religioso e do criacionismo nos currículos escolares.

O caso Rio. No ano de 2000, o então governador do estado do Rio de Janeiro, Sr. Antony Garotinho, sancionou a lei que determinava o ensino religioso como parte integrante dos currículos das escolas públicas, reacendendo mais uma vez a polêmica entre criacionismo versus evolucionismo ou vice e versa. Muito embora o criacionismo não fosse o foco do debate, dado a importância do tema, foi também discutido. Por conseguinte, enquanto sucessora de Garotinho e governadora do Rio, Rosinha Mateus, reafirmou a posição de seu antecessor.
Parecia uma vitória dos evangélicos e protestantes. Porém, inúmeras controvérsias foram suscitadas, pois tanto os professores não confessionais quanto os confessionais entraram no debate. Entre os professores que declaravam algum credo, havia a disputa de qual dogma seria ensinado. O embate parava nas dissidências dogmáticas. Como sabemos as diferenças dogmáticas entre evangélicos e católicos são maiores do que as semelhanças. Aproveitando-se de uma brecha na LDB, o estado do Rio, separou os alunos por credos a fim de receberem o ensino correspondente. Um grande incômodo para a escola e os alunos. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em seu artigo 33, diz que cabe aos Estados decidir como e por quem serão dadas as aulas. Mas a separação dos alunos por credo não é mencionada. No entanto, essa separação por credo é um retrocesso às discussões e pesquisas a respeito do pluralismo e multiculturalismo. A escola precisa ensinar o educando a entender o seu mundo plural e não segmentá-lo.


O dogmatismo. Como todos sabem muito bem, “dogma”, do grego “dokeō”, significa “pensar, crer, supor” nos textos de Mt 3.9; Lc 24.37; 1 Co 3.18; Hb 10.29. Desde a Antiguidade Clássica até os dias de hoje, o sentido filosófico está relacionado às afirmações doutrinárias que expressam o ponto de vista oficial de um mestre, escola filosófica, religião ou denominação cristã.
Isto posto, um dogma religioso é uma confissão oficialmente formulada por qualquer assembléia eclesiástica, fundamentada sob a autoridade desse magistério. Esse sentido do termo está em harmonia com o uso filosófico da palavra, denotando proposição ou princípio que norteia a fé da comunidade cristã ou de qualquer instituição secular.
A expressão filosófica “dokein moí” significa não só “parece-me ou agradei-me”, mas também “determinei algo de modo que para mim é fato estabelecido”. Nesta acepção, o dogma é um entrave ao ensino religioso-cristão nas escolas públicas, em função de nós, os cristãos, estarmos divididos em diversas facções, ou como sociologicamente se diz, seitas.
O dogma é subjetivo e depende da interpretação do magistério eclesiástico, razão pela qual temos tantas teologias dogmáticas: Francis Pieper - luteranismo confessional; Augustus Strong - tradição batista, Lewis Chafer – dispensacionalista; S. Horton – pentecostalismo, etc. NÃO estou criticando negativamente essas diferenças, mas expondo como as mesmas dificultam o diálogo a favor de um ensino religioso-cristão, não confessional, mas bíblico. Porém, enquanto representante laica da sociedade, a filosofia própria da instituição escolar está comprometida com a ciência e não com o dogma de qualquer religião. Logo, a escola comporta o ensino religioso, mas não o dogma confessional. Por meio do diálogo é que reconheceremos as nossas diferenças, a fim de procurarmos os pontos de convergência dogmática. Se não formos capazes de vencer as nossas diferenças, jamais nos uniremos para transformar a sociedade secular. As diferenças são importantes para afirmar nossa identidade, mas também temos pontos comuns que são esquecidos pela acentuação das diferenças dogmáticas.

Catequização. Não somos escusados de frisar que, excetuando o que deve ser excetuado, no ensino religioso das escolas públicas do estado do Rio, o conteúdo das lições é definido pelas autoridades de cada religião e depois passa pela aprovação da coordenação. Embora o Ministério da Educação e Cultura (MEC) não autorize a catequização dos alunos, os professores em sua prática didática e pedagógica são constantemente tentados a tal ação.
De acordo com a lei, a instrução religiosa "é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo".
Como todos sabem, a catequização cristã faz parte da grande comissão de Mateus 28.16-20. No entanto, qual pai cristão gostaria que seu filho fosse catequizado involuntariamente por outras orientações religiosas? A recíproca também é verdadeira. A escola tem como visão produzir uma pedagogia multicultural e criativa em que não se reproduzam exclusões e padrões estereotipados. Lembremos que o multiculturalismo e pluralismo na sociedade brasileira é uma realidade que é confirmada e ensinada pela escola. Nós, os cristãos, precisamos reconhecer que na sociedade secular brasileira esse processo é sem retorno, cabe-nos, portanto, encarar e responder conforme a cosmovisão cristã. O diálogo e o respeito pelas diferenças dogmáticas são os instrumentos dessa ação apologética.

Criacionismo. O criacionismo deve ser ensinado nas escolas de ensino Fundamental e Médio? Minha resposta é sim. Em primeiro lugar, porque é uma tese sustentável e que faz parte do contexto histórico e das discussões entre os alunos do ensino Fundamental e Médio. Em segundo, há muitas obras científicas a respeito do criacionismo que justificam o ensino do mesmo nas escolas. Porém, isto não significa que a teoria evolucionista não deva ser ensinada na escola. Tratando-se de duas visões antagônicas a respeito da criação do mundo é útil ao aluno conhecê-las.
Lembro-me de que em uma das aulas da 5ª série, a professora ensinava a respeito do evolucionismo, quando então meu filho, Esdras Júnior e outros dois alunos evangélicos, interromperam a professora e a interrogaram acerca do criacionismo. A docente com muito respeito e “tato” pedagógico afirmou que cada um tem a sua própria teoria. Quando questionada qual era a teoria em que acreditava e defendia, ela não apresentou uma opinião pessoal, pois, segundo a mesma, não desejava influenciar os alunos com sua crença particular. Outra docente admitiu que, como historiadora, cria na ciência e, consequentemente, no naturalismo; preferiu não comentar o criacionismo, mas indiretamente sugeriu que o criacionismo é um ponto de vista religioso e não científico. Meu filho, no dia seguinte, levou a Bíblia como prova do criacionismo, mas a professora não quis estimular o debate. Atualmente, como observamos, é impossível omitir o criacionismo do banco das escolas; de uma forma ou de outra o debate surgirá. Mesmo que o criacionismo não seja um tema abordado no currículo da escola, conforme o interesse da classe, o professor pode utilizar-se da prática interdisciplinar (interdisciplinaridade) ou ainda dos projetos de trabalho ou de pesquisa para ensinar o criacionismo.

No entanto, pergunto: “Se o criacionismo for admitido nas escolas públicas, quem ensinará? Os professores de História, Geografia, Ciências e Religião estarão capacitados para ensiná-lo? Das muitas correntes do criacionismo bíblico qual delas será ensinada? Os autores dos livros didáticos de História, Geografia e Ciências serão imparciais na apresentação do criacionismo? Eles estarão dispostos a escrever a respeito? Você não acha que se nós desejamos o ensino do criacionismo nas escolas devemos refletir sobre essas e outras perguntas?

Portanto, o criacionismo deve ser ensinado nas escolas, mas é preciso que nos organizemos não apenas para que isso aconteça, mas também para que quando acontecer estejamos preparados para tal empreendimento.


Nos laços do Calvário,
Esdras Costa Bentho
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TEOLOGIA & GRAÇA: TEOLOGANDO COM VOCÊ!



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