DÁ INSTRUÇÃO AO SÁBIO, E ELE SE FARÁ MAIS SÁBIO AINDA; ENSINA AO JUSTO, E ELE CRESCERÁ EM PRUDÊNCIA. NÃO REPREENDAS O ESCARNECEDOR, PARA QUE TE NÃO ABORREÇA; REPREENDE O SÁBIO, E ELE TE AMARÁ. (Pv 9.8,9)

terça-feira, 20 de julho de 2010

6º Congresso Nacional de Escola Dominical


Como parte das comemorações do primeiro centenário das Assembleias de Deus no Brasil, a CPAD realiza o 6º Congresso Nacional de Escola Dominical. O evento que é uma referência em Educação Cristã em nosso país, acontecerá sob a égide de seu tema: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Em um tempo onde uma nova “interpretação” da Bíblia surge e, com ela, uma nova igreja, realizar um Congresso de Escola Dominical tendo esse assunto como eixo norteador, significa preocupar-se com a manutenção doutrinária e com os valores eternos do Reino.
Para essa edição do Congresso, a CPAD preparou uma programação toda especial, visando auxiliar o professor das diversas faixas etárias, bem como gestores e pastores, a cumprirem o ministério que o Senhor os confiou. Com palestrantes internacionais de renome e uma excelente equipe de conferencistas nacionais, a Casa oferece ao público brasileiro o que há de melhor em Educação Cristã. Com esse Congresso, esperamos uma reafirmação ministerial de cada pessoa que dele participar, no sentido de dar prosseguimento à expansão do Reino de Deus através do ensino da Bíblia Sagrada. Na certeza de que teremos dias maravilhosos de aprendizado, aperfeiçoamento e de profunda espiritualidade, saudamos a cada participante desse grande evento.
Deus o abençoe.
Ronaldo Rodrigues de Souza


CONFERENCISTAS INTERNACIONAIS

Elmer Towns – EUA


• Doutor em Teologia
• Autor de mais de 50 livros
• Editor de duas enciclopédias
• Especialista em Educação Cristã com ênfase em Escola Dominical



Plenárias:

* Pode a Escola Dominical Ensinar para uma Cultura Pós-moderna?
* O
Ofício de Professor de Escola Dominical – Um Ministério em Construção


Michael Antony – EUA


• Doutor em Educação Cristã
• Especialista em Liderança e Administração
• Autor de 12 livros
• Reitor de Desenvolvimento Acadêmico da Universidade Biola – EUA



Plenária
e Seminário:
* As Maiores Lições da Vida
* A Educação Cristã no Século 21



CONFERENCISTAS NACIONAIS

Cris Poli – SP
• Graduada em Educação pelo Instituto Nacional Superior del Profesorado en Lenguas Vivas Juan Ramón Fernandez, de Buenos Aires, na Argentina;
• Licenciada em Letras Inglês-Português pela USP;
• Apresentadora do Programa SupeNanny, do SBT;
• Atua na área de Educação há mais de quarenta anos como professora e consultora;
• Autora dos livros Filhos Autônomos e Professores Educando com Valores, editados pela Editora Gente.

Plenária
:
* Família e Igreja – A Quem Compete o Mandato de Educar as Novas Gerações?

Pr. Antonio Gilberto – RJ
• Mestre em Teologia;
• Licenciado em Pedagogia e Letras;
• Psicólogo;
• Membro da Academia Evangélica de Letras;
• Autor do livro Manual da Escola Dominical, A Escola Dominical etc., todos editados pela CPAD;
• Comentarista de Lições Bíblicas da CPAD;
• Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD;
• Membro da junta diretora da Global University, em Springfield – Missouri/EUA.

Plenária
:
* O Papel do Espírito Santo no Ensino

Pr. Elienai Cabral – DF


• Ministro do Evangelho;
• Comentarista de Lições Bíblicas para Jovens e Adultos pela CPAD;
• Teólogo e escritor de diversas obras editadas pela CPAD;
• Membro da Casa de Letras Emilio Conde.



Plenária:

* A Redescoberta do Ensino Como Fonte de Avivamento


Pr. Claudionor de Andrade – RJ
• Ministro do evangelho;
• Bacharel em Teologia;
• Membro da Academia Evangélica de Letras;
• Autor dos livros Teologia da Educação Cristã, Manual do Superintendente etc., editados pela CPAD;
• Gerente de Publicações da CPAD;
• Comentarista de Lições Bíblicas da CPAD.

Plenária e seminário:

* Fundamentos Bíblicos para uma Filosofia de Ensino
* Pastores e Superintendentes – Gestores da Escola Dominica
l

Pr. César Moisés – RJ
• Ministro do Evangelho;
• Pedagogo com habilitação em Administração e Supervisão Escolares, Orientação Educacional, Licenciado para a Educação de Jovens e Adultos (EJA); Matérias Pedagógicas do Ensino Médio, Séries Iniciais e Educação Infantil;
• Chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD;
• Professor da FAECAD;
• Autor de diversas obras editadas pela CPAD;
• Articulista na área de Educação Cristã;
• Comentarista de Lições de Escola Dominical para Juvenis e Adolescentes.

Plenár
ia, seminário e workshop:
* Preparando a Escola Dominical do Segundo Século das Assembleias de Deus – Identidade e Relevância
* Gestão Participativa – contemplando as quatro dimensõ
es organizacionais da Escola Dominical
* Teorias de Aprendizagem: refletindo sobre os aspectos positivos e negativos
* Como Montar um Plano de Aula – O Passo a Passo


Pr. Marcos Tuler – RJ
• Ministro do evangelho;
• Bacharel em Teologia;
• Pedagogo;
• Pós-graduado em Docência Superior e Psicopedagogia;
• Diretor da FAECAD;
• Autor dos livros Manual do Professor de Escola Dominical, Ensino Participativo, Dicionário de Educação Cristã, Abordagens e Práticas Pedagógicas, etc., editados pela CPAD.

Seminários e workshop:

* Planejamento da aula: construindo um fazer pedagógico consciente
* O Aluno da Escola Dominical
– Um Panorama do Desenvolvimento Humano
* Como ela
borar um Curso de Formação para Professores de Escola Dominical

Pr. Eliezer Moraes – RS

• Ministro do evangelho;
• Professor de Teologia, Filosofia e História;
• Diretor do Instituto Bíblico Esperança;
• Superintendente da Escola Dominical da Assembléia de Deus de Porto Alegre, RS;
• Articulista na área de Educação.


Seminár
ios:
* Novas Tecnologias: uma análise crítica do conteúdo e do uso da Mídia * A Escola Dominical como Suporte Ministerial

Profº. Esdras Bentho – RJ

• Ministro do evangelho;
• Pedagogo
• Bacharel em Teologia;
• Chefe do Setor de Bíblias e Obras Especiais da CPAD;
• Autor de diversas obras editadas pela CPAD;
• Comentarista de Lições de Escola Dominical para adolescentes;
• Articulista na área de Educação Cristã.

Seminár
ios e workshop:
* Metodologias de Ensino: uma análise crítica do fazer pedagógico na sala de aula
* Taxonomia dos Objetivos no Ensino Cristão – Aonde Queremos Chegar e o que Queremos Atingir

* Como utilizar as várias versões da Bíblia na preparação da aula de Escola Dominical


Profª. Joane Bentes – PR
• Missionária - AD de Curitiba - PR;
• Cantora da Patmos Music;
• Conferencista da CPAD;
• Professora de Educação Infantil Cristã - 26 anos de experiência em Escola Bíblica Dominical;
• Apresentadora de Radio e TV;
• Preletora de Congressos Infantis, Missionários, Seminários de EBD, Escolas Bíblicas e Convenções;
• Ministrando pelo Brasil e exterior(Portugal, Itália, Alemanha, África do Sul, Moçambique, Estados Unidos, Paraguai, Peru, entre outros);
• Utilizando o Slogan: Tia Jô & Cia Resgatando Crianças com Alegria.

Seminários e
Workshop:
* Missões são também para crianças
* Projetando o Departamento Infantil da Igreja

* Como organizar um Departamento Infantil


Profª. Telma Bueno – RJ
• Bacharel em Teologia;
• Pedagoga;
• Especializada em Administração Escolar;
• Jornalista;
• Redatora do Setor de Educação Cristã;
• Comentarista de Lições de Escola Dominical das faixas infanto-juvenis da CPAD;
• Articulista na área de Educação Cristã.

Seminários e Workshop:

* A influência da Publicidade no comportamento de crianças e adolescentes
* A Elaboração de Projetos em Educação

* Como elaborar Projetos em Educação


Profª. Helena Figueiredo – RJ

• Pedagoga;
• Pós-graduada em docência superior;
• Especializada em Administração Escolar;
• Autora do livro A Importância do Evangelismo Infanto-Juvenil, editado pela CPAD.



Seminários e Workshop:
* Etariedade e Segmentação na Escola Dominical – Personalizando o Ensino para Garantir a Frequência e a Aprendizagem
* A Elaboração de Projetos em Educação

* Como elaborar um projeto político pedagógico para a Escola Dominical


Profª Anita Oyaizu – SP


• Graduanda em Pedagogia;
• Professora Pública de Ensino Religioso pela APEC;
• Palestrante experiente na área de Educação Infantil.




Seminários e workshop:

* Culto Infantil – Entretenimento ou Liturgia com Metodologia Lúdica?
* Indisciplina, um desafio a ser vencido
* Como confeccionar visuais - de histórias, cânticos e versículos com pintura aerografada em entrelela.

Profª Siléia Chiquini – PR

• Pedagoga;
• Especialista em Educação Especial;
• Coordenadora do Ministério e Coral Mãos Ungidas da AD em Curitiba – PR;
• Coordenadora do Curso de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) na AD em Curitiba – PR.



Seminário e workshop:
* Incluir ou Integrar? O Portador de Necessidades Educacionais Especiais (PNEE) na sala de Escola Dominical
* Como utilizar recursos e métodos para ensinar o portador de necessidades educacionais especiais

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Da Derrota à Vitória: Abordagem Devocional



Estrutura do Capítulo 8

O capítulo 8 do livro de Josué divide-se em seis seções principais: vv. 1-2; vv. 3-9; vv. 10-17; vv.18-23; vv. 24-29; vv.30-35. Estas unidades designam-se como:


(1) vv. 1,2: O líder encorajado
(2) vv. 3-9: Preparativos e estratégias de Israel
(3) vv. 10-17: Início da batalha contra Ai
(4) vv. 18-23: Yahweh vence a cidade de Ai
(5) vv. 24-29: Síntese da vitória contra Ai
(6) vv. 30-35: Adoração e leitura da Lei

Comentário

1. O líder encorajado (vv.1,2)

O frio soturno da morte de Acã ainda não se dissipara completamente, quando o Senhor interrompe a melancolia lúgubre que assolava as tribos de Israel. O hálito gélido do pecado e da morte sentia-se em cada lar israelita. A ira divina clamava pela exterminação do pecado e reparação do mal (7.25,26).

Todavia, o inverno que assolou o povo não fora mais forte do que o hálito de vida de Yahweh (Gn 2.7): “Disse o Senhor” (v.1). Embora o hebraico empregue inúmeras vezes o termo dābar (falar; dizer), neste contexto, usa o sinônimo ’ āmar, empregado dez vezes nos atos criativos do hexámeron (a obra dos seis dias) em Gênesis: “E disse Deus”.

Não há melhor alento do que ouvir a voz de Deus quando tudo parece instável e triste. No livro de Gênesis, “Deus disse: haja” e tudo se fez conforme o beneplácito divino. O que não era tornou-se. ‘Ēlohîm “chama as coisas que não são como se já fossem” (Rm 4.17). Diferente de Adão, que se escondeu ao ouvir “a voz do Senhor Deus” (Gn 3.8), Josué põe-se impoluto e servil diante da presença do Senhor. A mesma voz que despedaça “os cedros do Líbano” e “faz tremer o deserto” (Sl 29) é a mesma que traz refrigério no rubro das circunstâncias. “Não temas e não te espantes” (v.1).

É muito fácil apavorar-se depois de uma vergonhosa e humilhante derrota. Não é assim que costumamos nos sentir quando tudo ao nosso redor desmorona? Quando os fundamentos de nossos projetos não resistem aos ataques intempestivos das vicissitudes? Mas eis que do horizonte de nossos fracassos surge a melífera voz do Senhor encorajando-nos, dizendo: “Não temas e não te espantes”. A mesma voz que estremece os fortíssimos cedros do Líbano, traz à existência as coisas que não existem.

Eis o caos e a escuridão que se assentam sobre a terra “informe e vazia” (Gn 1.1,), mas o mélico som celeste está pronto, qual a mais linda de todas as sinfonias, a dar vida, luz e calor ao caos. Um “disse Deus”, e o caos torna-se o mais lindo de todos os jardins; um outro “e disse Deus”, e a orquestra da vida emite o som da criação; um seguinte “e disse Deus” e Josué tem sua estrutura remexida pela voz daquele que triunfa sobre o caos. O que é este caos se não aquilo que o próprio símbolo significa “desordem”, “confusão”. Não era esta a situação de Israel no capítulo 7 ? Sim, o era. Mas assim como o Senhor Todo-Poderoso triunfara sobre o panteão dos deuses mesopotâmicos na criação, assim também o fez sobre o fracasso de Israel na conquista da cidade de Ai. A cidade de Ai, no original, hā ‘āy, “as ruínas”, experimentaria a visitação do Senhor. Ó inaudito dia em que o Senhor visitou-nos, transformando nossa pequenina e resistente Ai em “Porta da Esperança”.

Uma vez encorajado e animado o líder, é o momento de incentivá-lo à conquista: “Toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, e sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra”. O resultado dessa semântica motivacional encontra-se no versículo 3: “Então Josué levantou-se”. O encorajamento precedeu a ação. É fácil recuar depois de uma derrota. É difícil prosseguir depois que perdemos à motivação e à coragem (7.7). Retornar à guerra depois de um fracasso vexatório não é fácil, mas ficar estagnado enquanto o inimigo celebra a vitória não agrada ao Senhor. Afinal de contas, na mentalidade primitiva, a guerra era decidida não pelos homens, mas pelos deuses. A vitória não exaltava apenas os deuses dos campeões, mas humilhava também as divindades dos perdedores. O próprio Senhor mostraria aos sacerdotes de Ai que, Ele, sim, somente Ele é o único e verdadeiro Senhor. Não há Deus como o nosso Deus.

Todavia, Josué precisava de uma garantia, de uma promessa que lhe garantisse o sucesso na batalha. O Senhor lhe diz: “tenho te dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra”. As promessas do Senhor são infalíveis. Contudo, é necessário que Josué, o líder, e o povo, os liderados, obedeçam a lei acerca do anátema (v.2). Deus pretende ensinar ao líder que, embora haja uma promessa a seu respeito, é necessário que ele seja submisso ao mandato e interdito divino. Na última vez, o líder manteve-se fiel, mas o povo não. Desta, o Altíssimo exige fidelidade absoluta. Apesar de termos recebido da parte do Senhor gloriosas promessas, não estamos isentos de cumprir os santos mandamentos divinos. As promessas representam a misericórdia do Senhor, mas os mandamentos o seu caráter santo. Quem deseja as preciosas promessas de Yahweh, deve almejar com a mesma intensidade Sua santidade - o Abençoador no lugar da bênção.

2. Preparativos e estratégias de Israel e Início da batalha contra Ai (vv. 3-17)

Receber uma promessa célica significa marchar à frente das vicissitudes. A promessa divina se fez acompanhar de alguns imperativos categóricos: marche, lute, vença! Josué, de ânimo renovado, incentiva os liderados à guerra, dando-lhes instruções a respeito do ataque. Ser comandado por um líder temente a Deus é uma preciosa dádiva cada vez mais rara na pós-modernidade. Esta nossa época possui o indesejado carisma de macular as virtudes teologais dos líderes cristãos. Infelizmente, como afirmou certo pensador cristão, muitos estão à procura de medalhas, mas não de cicatrizes. Josué, no entanto, estava decidido a enfrentar os imprevistos lances juntamente com a infantaria. Levantou-se de madrugada, contou o povo e todos subiram contra a cidade de Ai (v.10). Quase podemos ouvir o crepitar da madeira seca sendo esmagada pelos pés dos soldados. Toda “gente de guerra estava com ele” (v.11). O exército não estava sem o seu líder. Muito pelo contrário, a fé daquele líder, forjado na escola da submissão a Deus e ao seu antecessor , Moisés, irradiava sobre o exército como a aurora que incandescia a rústica paisagem daquele cenário de guerra. O vale que ficara entre Ai e o exército era paulatinamente iluminado. Os insetos crepusculares escondiam-se como se soubessem que o vale se tornaria tinto (v.11). Josué seleciona “alguns cinco mil homens”, pondo-os entre “Betel e Ai” (v.12). Aqui está o verdadeiro Getsêmani de nossa contemporaneidade. Eis, diante de nós, o lugar da tentação – entre Betel e Ai – entre a Casa de Deus e o Monturo. É na bifurcação dessa via que devemos escolher o caminho a seguir, Betel ou Ai – a Deus ou ao diabo; Cristo ou o mundo; a vontade onibenevolente de Deus ou a nossa própria. Como disse certo pregador amigo meu, Pr. Rui Carlos, “Devemos escolher entre a Casa de Deus ou ao monte de lixo. A igreja não é um parque de diversão [...]”. É neste vale que nosso caráter é provado e nossa vontade senil encontra seus desafios.

3. Yahweh vence a cidade de Ai (vv. 18-23)
De longe, os vigias da cidade observam de suas torres. Sentem em seus rostos fatigados a cintilação dos raios de sol que clareiam paulatinamente a torre de menagem. Dos altos miradouros observam aproximarem-se uma horda anteriormente vencida. Tocam a buzina. Emitem o sinal de alerta. Homens, lanças, couraças e corações marcham em direção à batalha (v.14). Israel finge-se de vencido e foge (v.15). Sem reconhecer a estratégia do inimigo, o rei de Ai e todo o seu exército são ludibriados por Israel. No ardor da batalha, o capitão de Israel pára. Ouve um sussurro a cortar a infantaria adversária, dizendo-lhe: “Josué, estende a lança que tens na tua mão, para Ai, porque a darei na tua mão” (v.18). Imediatamente Josué obedece. Ergue suas mãos calejadas de tanto apertar firmemente sua arma. Só que agora não é necessário força. Não é preciso movê-la em direção ao inimigo. É preciso sagrá-la a Deus, como sinal de que a vitória é do Senhor.

Dominus vobiscum

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Profetismo e Profetas Bíblicos

“Se você sofre com a desobediência do povo de Deus – chore ao lado de Jeremias. Se precisares decidir entre adorar a Deus ou ao ídolo do rei – aprenda com Daniel. Se precisares de purificação apresente a língua a Isaías”.


Essa máxima ilustra o quanto os livros dos profetas têm orientado e fortalecido a fé de muitos cristãos em todo o mundo e em todas as épocas. O aforismo também demonstra a condescendência e empatia dos fiéis profetas de Yahweh com o sofrimento de todos os cristãos portadores de uma mensagem divina, quer seja para o mundo, quer seja para a igreja. Somente este fato já seria suficiente para impelir-nos a estudar conscienciosamente os livros proféticos.

Para compreendermos os livros proféticos, não é necessário apenas uma empatia existencial entre o texto e o leitor, como deseja a nova hermenêutica, mas uma introspecção com o ambiente histórico-cultural do autor. A Bíblia não é apenas importante pelo que significa para nós hoje, mas, por tratar de questões histórico-vivenciais do passado que se tornaram, pela inspiração divina, Palavra de Deus. É assim que os Salmos messiânicos de Davi, que tratam do sofrimento do monarca, não se interpretam somente à luz da história do rei, mas também à luz da revelação histórica e profética posterior - Jesus Cristo.

O Ofício Profético e Sua Instituição

O ofício profético organizado em Israel remonta aos dias do profeta Samuel. Foi ele quem deu origem ao ofício de profeta como uma ordem ou classe organizada. Nesse sentido, ele é “o primeiro dos profetas” distinção que as Escrituras neotestamentárias reconhece perfeitamente: “E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.24 cf. 13.20; Hb 11.32).

As escolas de profetas foram fundadas a partir dos dias de Samuel e não anteriormente. A primeira menção dessa classe organizada é a escola por ele fundada, que ficava em Ramá (1 Sm 19.20). Essas escolas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1 Pd 1.10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado. Através dessas escolas, cresceu em Israel uma ordem profética reconhecida (2 Rs 2.3,5).[1]

O Profeta Normativo

Sabe-se que, mesmo antes da organização dos profetas como uma ordem, eles remontam aos primórdios bíblicos: Abraão, Moisés e o próprio Samuel, são usados como referências (Dt 18.15; Jz 4.4; 2 Rs 22.14; 1 Sm 3.20).

Abraão foi a primeira pessoa a quem a Escritura chama de profeta (Gn 20.7 cf. Sl 105.15). A normatização veio posteriormente através da vida e pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos os profetas futuros (Dt 18.15-19; 34.10). [2]

As principais características posteriores encontradas nos profetas foram, a priori, regulamentadas através da experiência profética de Moisés. Senão, vejamos:

a) Uma chamada específica e particular de Deus (Êx 3.14.17 cf. Is 6; Jr 1.4-19; Ez 1-3; Os 1.2; Am 7.14,15; Jn 1.1). Conforme esses textos, o objetivo primário da chamada profética era uma introdução à presença de Deus (Jr 23.18). Assim sendo, o profeta aparecia perante o povo na qualidade de um homem que se apresentara diante de Deus (Êx 4.10-16), tal como aconteceu a Moisés. O sinal preponderante que marcava a validade de um profeta e sua profecia era a chamada de Deus. Essa vocação dava ao profeta crédito de entrar diretamente na presença divina, a fim de receber a mensagem. Muitos profetas tinham consciência de sua chamada e não raras vezes registravam-na (Am 7.5, Is 6; Jr 1; Ez 3). Através dessa consciência profética ele se obrigava ao exercício de seu ministério, às vezes, contra a sua própria vontade, como por exemplo, o profeta Jeremias (Jr 20.7-18). [3]

b) Título de “Homem de Deus” (Dt 33.1 cf. 1 Sm 2.27; 9.6; 1 Rs 13.1). O título (’ish ha’Elohim) [4] exprime o conceito que os homens tinham dos profetas e expressa a estreita associação da respectiva pessoa com Deus; Eliseu recebeu esta designação cerca de vinte e nove vezes. Este título foi dado primariamente a Moisés e continuou sendo empregado até o fim da monarquia. A intenção era expressar a diferença de caráter entre o profeta e os demais homens. Isto é deixado perfeitamente claro nas palavras ditas pela mulher sunamita: “Vejo que este...é santo homem de Deus...” (2 Rs 4.9). [4]

As Três Classes de Profetas - Orais, da Escrita e Cúltica

Profetas Orais:

Gade (1 Sm 22.5);

Natã (2 Sm 12.1);

Ido (2 Cr 9.29);

Aías (1 Rs 11.29);

Semaías (1 Rs 12.22);

Elias (1 Rs 17.1);

Azarias (2 Cr 15.1);

Eliseu (2 Rs 4.8,9);


Profetas da Escrita: São aqueles que se preocuparam em registrar por escrito suas exortações, admoestações, consolações e previsões futuras. Os profetas da Escrita eram também profetas Orais. Destacamos como profetas da Escrita: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre outros.

Profetas cúlticos: Os profetas cúlticos são aqueles em que a profecia estava moldada numa forma litúrgica. O texto de 2 Crônicas 20 pressupõe que os profetas cúlticos estavam ligados ao santuário, trabalhando juntamente com o sacerdote, e estavam incumbidos do aspecto sacrifical da adoração (2 Cr 29.21-24). Jaaziel era um levita, oficial do culto, dotado de uma capacidade profética (2 Cr 20.14). Percebe-se em alguns Salmos, uma indicação desse mesmo fenômeno (Sl 60.6; 75; 82). Em todos esses Salmos há uma seção em que uma voz fala na primeira pessoa do singular: trata-se da resposta oracular o profeta associado com o culto, apresentando a declaração contemporânea de Deus ao seu povo. Esse organismo profético-litúrgico, foi instituído pela vontade de Deus, através do profeta Gade (2 Cr 29.25), quando instituiu as corporações dos cantores no Templo. [5]

Funções dos Profetas

a) Função designada pela linguística: As funções dos profetas devem ser entendidas a partir dos vocábulos bíblicos etimológicos que dão título ao ofício profético. Portanto, devemos definir claramente o significado do vocábulo “profeta”, para entendermos suficientemente a função do mesmo. Antes, porém, precisamos ter em mente, como afirma Baxter, que a profecia, no sentido bíblico, “é o produto e a expressão de uma inspiração direta e especial de Deus” [6] e nem sempre relaciona-se com a predição de fatos escatológicos ou futurísticos.

Baxter, com muita perspicácia, lembra-nos que segundo a correta etimologia do vocábulo profeta, o prefixo “pro” [7] não denota antecipação como na palavra “prover”, mas significa “lugar de”, como em “pronome”. [8] Com base nesse primeiro significado, unido ao termo grego “phemi” [9], cujo sentido é “falar”, podemos definir profeta como uma pessoa que fala no lugar de outra. Provavelmente é com este sentido que o termo é usado em Êxodo 7.1. Tendo isto em mente, entendemos porque a profecia não é de particular elucidação, mas que homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21).[10]

Outros termos correlatos à função de profetas, são:

  • Nabhi’ [11]: Um dos termos hebraicos para profeta é “nabhi’ ’’. Segundo Peisker, o vocábulo ocorre cerca de 309 vezes no Antigo Testamento, das quais 92 somente em Jeremias. [12] Por sua vez, “nabhi’ ” procede de certa raiz hebraica cujo significado original é “ferver, borbulhar, líquido em ebulição”. Robert Culver assinala que se essa posição estiver correta o profeta seria alguém que extravasa “palavras, como aqueles que falam com mente fervorosa ou sob inspiração divina, como os profetas e poetas”. [13] Profeta, portanto, quer dizer aquele que ferve com a inspiração ou com a mensagem divina, sugerindo assim, o despejar de palavras geradas por animação fervorosa ou por inspiração divina. [14] O termo hebraico em apreço foi captado pelo termo grego “prophetes” [15] que significa “falar por”, “representar”, ou ainda, “alguém que fala em lugar de outra pessoa” (Êx 4.16; 7.1). Segundo a etimologia de “nabhi’”, “a função de um profeta é agir como embaixador ou mensageiro divino, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em época de crise”. Eles falavam não de homem para homem, mas como pessoas investidas de autoridade de Deus, a fim de falar em seu nome aos pecadores. [16] Neste caso, “nabhi’ ” é considerado um orador a quem foi confiada uma missão. Desta forma, o Senhor fala ao “nabhi’ ”, o qual precisa transmitir exatamente o que recebe. Isto pressupõe o fluxo da inspiração profética como o ato pelo qual Deus coloca as palavras na boca de seus profetas. Deus disse a Moisés: “Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras” (Dt 18.18). De modo semelhante, o Eterno disse a Jeremias: “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras” (Jr 1.9).
  • Chozeh: O termo designativo hebraico “chozeh” [17] significa propriamente “vidente” e refere-se àquele que tem visões. O vocábulo indica o que está por trás do pronunciamento inspirado do profeta. O profeta era primitivamente chamado de “chozeh” ou “vidente” (1 Sm 9.9; 2 Sm 24.11; 2 Cr 33.18; 35.15), porque era sobrenaturalmente capacitado a ter visões e a ver aquilo que se encontrava além do conhecimento humano comum (Jr 23.18). Segundo Culver, o termo derivado de “hazâh”, é um dos três vocábulos para profeta no Antigo Testamento; citamos à guisa de exemplo, 1 Crônicas 29.29: “Os atos pois do rei Davi, [...] tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas registradas por Samuel, o vidente [ro’eh], nas crônicas do profeta [nabî’] Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente [chozeh]”. [18] Esta era a credencial de um profeta verdadeiro de Deus: introduzir-se infalivelmente no futuro e revelá­-lo (Dt 18.21-22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto, somente Deus conhece o futuro. Por intermédio dessa função profética Deus chama a atenção para seu programa futuro em relação a Israel e às nações (Nm 12.6,7; 1 Sm 28.6-15; Jr 23.28).

A Mensagem dos Profetas

Os Profetas Anunciavam a Palavra do Senhor (Hb 1.1): É frequente, nas páginas do Antigo Testamento, a expressão “assim diz o Senhor”, como um recurso emblemático que ratifica a procedência da profecia e o caráter infalível da mesma. Além dessa expressão central, a mensagem dos profetas era acompanhada de atos simbólicos que, tal qual uma imagem esculpida no pálido mármore, era registrada concretamente no coração de pedra da nação judaica. O erudito Walter Wolff assinala que:

Os relatos das ações simbólicas dos profetas esclarecem o uso da linguagem profética em geral(...). Não apenas a pessoa, mas também o comportamento do profeta esclarece a nova intervenção do Yahweh na vida de seu povo. [19]

O refrão “assim diz o Senhor” era atestado de duas formas:

  • Através de palavras, com autoridade divina (2 Pe 1.21): Várias vezes os profetas punham seus oráculos em forma de parábolas ou alegorias, seguindo o estilo poético de sua época (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16; 17).
  • Através de ações concretas ou atos simbólicos: Muitos profetas serviram-se de potentes recursos audiovisuais ao executarem atos simbólicos que encerravam a sua mensagem. Por exemplo:

ISAÍAS: Andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia (Is 20.3).

JEREMIAS: É recomendado a descer à casa do oleiro (Jr 18) a fim de receber a mensagem de Deus.

OSEIAS: É orientado para casar-se com uma mulher prostituta (Os 1.2), para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor.

EZEQUIEL: Cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3); escavou através do muro da casa (Ez 21.1).

AÍAS: Ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão (1 Rs 11.29).

Estes atos, também chamados de oráculos por ação (atos simbólicos), eram um auxílio visual, associado a eficácia da palavra entre os hebreus. O texto de 2 Reis 13.14s., ilustra eficazmente a relação exata em que o símbolo estava em relação à palavra, e em que ambos estavam em relação aos acontecimentos. A palavra corporificada no símbolo é extremamente eficaz e impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava. [20]

Os profetas anunciavam mensagens para a sua época: Uma das importantes funções dos profetas era a interpretação dos fatos pretéritos e presentes. Neste sentido, suas profecias podiam referir-se ao passado ou ao presente, assim como ao futuro. No primeiro caso, é uma palavra inspirada em antecipação. A mensagem profética, quando não se refere ao futuro é uma declaração da verdade sobre qualquer assunto, recebida por direta inspiração de Deus.

Especialmente na mensagem dos profetas pré-exílicos, vemos três temas principais:

Combate aos pseudoprofetas: Eram combatidos aqueles que se preocupavam em agradar ou em ser popular, dizendo aquilo que o povo gostava de ouvir (Os 4.5; Is 3.1-3; 9.14s; 28.7s; Jr 5.31; 6.13; 8.10; 23). Jeremias capítulo 23, descreve o falso profeta como:

  • Imoral e que não reprova a imoralidade de outros (23. 10-14).
  • Aquele que prega uma paz artificial fabricada pelos homens (v. 17).
  • Alguém que profetiza sem ter ouvido e visto a palavra do Senhor, isto é, sem ter tomado conselho e ordem da parte de Deus (vs. 18-21).
  • Aquele que se esforça por criar suas próprias profecias (Ez 13.2,3).

Combate à Idolatria: Os profetas cúlticos (2 Cr 20.14) exortavam os clérigos e os adoradores contra as influências pagãs no culto a Deus, como também ao culto correto na sua forma, mas destituído de sinceridade: hipócrita e vazio (Is 29.13). Muitas vezes, os profetas usavam expressões austeras para repreender a hipocrisia religiosa, o intenso ritualismo, o completo formalismo e a exacerbada carnalidade cúltica.

Combate às Falsas Esperanças: Especialmente aquelas que os falsos profetas alimentavam com suas mensagens, as quais, resumidamente, diziam: “paz, paz...” quando na verdade “não há paz” (Jr 6.14; 8.11; 14.13; 23.17).

Acerca de um Futuro Lúgubre: Os profetas que atuaram antes do cativeiro costumam ser chamados profetas do juízo. No reino do Norte os profeta Amós e Oseias alertavam para o cativeiro assírio que se aproximava. No reino do Sul, todos os profetas e, especialmente, Isaías e Jeremias, pregavam que o povo teria a mesma sorte do reino vizinho, caso não se voltasse para o Senhor.

Jeremias 23.33 assevera que alguns clérigos e parte do populacho zombavam de Jeremias por causa de suas palavras sombrias, perguntando-lhe: “Qual é a sentença pesada de Deus para hoje?” Contudo, é muito importante lembrar a razão das severas palavras dos profetas. A razão pela qual os profetas não principiam com uma mensagem de paz, é porque a paz verdadeira, a paz de Deus, vem somente através da santidade, retidão e arrependimento. Essas profecias declaram o juízo do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.

Os profetas recebiam suas mensagens do Senhor: Os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Literalmente, a palavra “movido” significa “carregado” e designa a ação divina no processo da inspiração profética. A mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecânico; antes, porém, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre está relatada. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo Oseias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões.

Os livros proféticos frequentemente mencionam a atividade de Deus na transmissão da palavra profética, a saber:

  • “A mão do Senhor estava sobre o profeta” (Is 8.11; Ez 1.3; 3.14).
  • “O Espírito do Senhor caiu sobre o profeta” (Ez 11.5).
  • “A palavra do Senhor veio sobre o profeta” (Jl 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1).
  • “O profeta tomava conselho com o Senhor; não raras vezes, via e ouvia a palavra profética” (Jr 23.18).
  • “Deus falou pelos profetas” (Hb 1.1).
  • “O Espírito de Cristo neles estava” (1 Pe 1.11).

Acerca de um Futuro Promissor: Essa é a tônica dos profetas que atuaram durante e após o Cativeiro. A esperança para o futuro dizia respeito não apenas ao futuro próximo (volta do cativeiro), mas também a um futuro distante, quando as promessas dadas a Davi terão seu cumprimento, e o reino será restabelecido em glória. Muitas dessas profecias se cumpriram em Cristo e outras ainda estão por se cumprir.

Acerca da Dispensação da Graça (1 Pe 1.10): Nem sempre os profetas discerniram os significados de suas predições proféticas. Embora tivessem falado da extensão da graça sobre os gentios, não compreenderam tudo o que estava envolvido na salvação oferecida por Deus aos gentios, através do sofrimento do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.

Notas Bibliográficas

1.Cf. BAXTER, J. Sidlow. Examinai as escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v.3, p. 222.

2.Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.

3.N o hebraico ’ish ha’elohim, literalmente, “homem de Deus”.

4.Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.

5.Cf. mais informações sobre os profetas cúlticos In: DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1325.

6.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 220.

7.Do grego pro, literalmente “antes”; “em frente”; prefixo de várias palavras.

8.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 220.

9.Do grego, literalmente “ dizer”; “afirmar”; “querer dizer”; “dar a entender”.

10.Baxter, J. Sidlow. Op. Cit., p. 219.

11.Do hebraico, literalmente, “porta-voz”, “orador”, “profeta”.

12.Cf. PEISKER, C.H. Verbete: Profeta. In: COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2000, Volume II (N-Z), p. 1879.

13.Cf. CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo:Vida Nova, 1998, p. 905.

14.Baxter, J. Sidlow. Op. Cit. p. 219.

15.No grego do Novo Testamento, prophetes, literalmente “falar por”, “profeta”.

16.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 219.

17.No hebraico do Antigo Testamento, literalmente, “vidente”; “aquele que enxerga, que escolhe”.

18.Cf. CULVER, Robert D. Verbete: Chozeh. In: HARRIS, R. Laird (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 447.

19.Cf. WOLFF, Hans Walter. Bíblia Antigo Testamento: introdução aos escritos e aos métodos de estudo. 3.ed., São Paulo: Editora Teológica, 2003, p. 84-5.

20.Sobre as diversas atribuições do símbolo como linguagem semita confira BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada: como interpretar a Bíblia de maneira prática e eficaz. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 218-26.

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