Exórdio
No capítulo 3 da Epístola aos Gálatas, Paulo prossegue com os argumentos favoráveis ao genuíno (1) evangelho de Cristo, e ao seu apostolado. Todavia, nos capítulos 1 e 2, os defendera com argumentos históricos e autobiográficos, agora com argumentos doutrinários e teológicos. Nos capítulos antecedentes, o testemunho e a experiência de Paulo no evangelho provam à origem divina e a veracidade de sua pregação e apostolado. Neste capítulo, Paulo desdobrará a proposição dos versículos 18-21 do capítulo
A defesa essencial da doutrina paulina neste capítulo é: a fé em Cristo constitui a única via histórica capaz de conduzir o homem à salvação (vv.6-29). Nestas perícopes Paulo prova a doutrina da justificação pela fé com base nos seguintes argumentos:
a) No exemplo da justificação de Abraão (vv.6-14);
b) Na natureza e características da Lei (vv. 15-22);
c) No testemunho do próprio Antigo Testamento (vv.23-25);
d) Na estabilidade do pacto abraâmico (vv.26-29).
Fontes da Argumentação
Na Argumentação Teológica desta seção, Paulo recorre à autoridade histórica e doutrinária das Escrituras Sagradas do Antigo Testamento. Sua apologia demonstra que alguns desses textos estavam no ardor da exegese e polemia entre os gálatas, são eles: v. 6 – Gn 15.6; vv. 7,8, 16 – Gn 12.2,3,7; v.10 – Dt 27.26 (cf. os vv.12,13,16; 4.22,23,27,30). Enquanto os gálatas interpretavam a Cristo a partir do Antigo Testamento; Paulo interpretava o Antigo Testamento a partir de Cristo (interpretação cristológica – cf. Lc 24.44-46).
1. Primeira Prova: A experiência pentecostal dos gálatas (vv.1-5);
2. Segunda Prova: A experiência fidedigna de Abrão (vv.6-14);
3. Terceira Prova: A irrevogabilidade pactual da Lei (vv.15-22);
4. Quarta Prova: O caráter didático e condutor da Lei (vv.23-29).
Na exposição do capítulo, Paulo destaca sete doutrinas basilares da fé cristã, a saber: 1) A justificação pela fé (vv.3,6,8,11,21,24); 2) A bênção divina pela fé (vv.8,9,14); 3) A irrevogável e gratuita herança do crente (vv.18,29); 4) A filiação divina (v.26,27); 5) O dom do Espírito (vv.2,3,5,14); 6) A vida pela fé (vv.11,12,21); 7) A queda da barreira étnica, social, histórica e religiosa em Cristo (v.28).
Paulo inicia o primeiro argumento com uma expressão grave: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade” (v.1). Esta invectiva interjetiva, mais do que uma expressão retórica, demonstra o quanto Paulo estava admirado de os crentes gálatas terem passado do “evangelho da graça” para um “evangelho de natureza diferente” (1.6). O termo “insensato” (2) literalmente quer dizer “descabeçados”, “desajuizado”. Em sua verve, o apóstolo emprega um termo raro nas páginas do Novo Testamento, “fascinou” (3), isto é, “enfeitiçou” (NVI). Embora “Jesus Cristo crucificado” fosse apresentado poderosamente aos gálatas (v.5), eles estavam sendo dissuadidos tanto da verdade cognitiva do evangelho como da experiência pneumatológica do Espírito (vv.3-5).
Nos versículos 6-29, Paulo apresenta aos crentes gálatas os fundamentos doutrinários de seu argumento principal: a fé em Cristo constitui a única via histórica capaz de conduzir o homem à salvação (vv.6-14).
1. Contrário ao “outro evangelho” ( heteron euaggelion). Paulo chama também de “evangelho segundo os homens” (euaggelion kata anthropon) – Gl 1.11.
2.No grego, anoētoi é vocativo plural do adjetivo anoētos, isto é, “tolo”.
3. No grego ebaskanen está no 1º.aoristo indicativo ativo de baskaíno.
Um comentário:
Olá Pastor, foi um prazer te-lo aqui no congresso de EBD na Cidade de Camaçari Bahia, dias 01 e 02 de agosto de 2009.
Deus continue te abençoando e dando sabedoria dos altos céus.
izamaressa@hotmail.com
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