a)‘Āsôn, literalmente “dano”, “mal”, “prejuízo”, “ferimento”. O termo é traduzido por “desastre” (Gn 42.2, 8) e “dano” (Êx 21.22,23), e refere-se não ao dano físico-congênito, mas ao provocado ou procedente das catástrofes naturais.
b) Chāmās, literalmente “violência”, “mal”, “injustiça”. Embora o vocábulo seja usado cerca de 67 vezes, o contexto sempre refere-se à violência. Esta palavra tem sido assinalada com o sentido de “violência pecaminosa”. Chāmās não se refere à violência das catástrofes naturais, muito menos às ocasionadas por desastres, mas a extrema impiedade. Essa forma de violência foi responsável pela destruição do povo pré-diluviano (Gn 6.11,13).[1] E sem dúvida, prenuncia a destruição da geração presente.
c) Ra’. Segundo William White, a raiz deste termo tem conotação tanto passiva quanto ativa: “infortúnio”, “calamidade”, de um lado, e “perversidade” do outro. Pode ocorrer em contextos profanos, “ruim”, “repulsivo”, e em contextos morais, “mal”, “impiedade”.[2] O termo, em seus diversos usos, designa as atividades contrárias à vontade de Deus. O Senhor rejeita o mal em qualquer sentido, seja ele físico, filosófico, moral ou metafísico. Nesse aspecto a fórmula técnica “fez o que é mal aos olhos do Senhor” (literalmente, “fazer mal aos olhos de Iavé”) está basicamente associada as deficiências morais dos indivíduos: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar contemplando os maus e os bons” (Pv 15.3). Embora o mal moral seja inato ao indivíduo, ele não é a única opção. O bem contrasta com o mal, e mesmo que a natureza humana vil procure sempre aquilo que é mal “aos olhos do Senhor”, o bem deve ser o ideal pelo qual o homem aspira. Deus exortou ao povo de Israel a se desviar do mal, não somente isto, mas uma vez “entrado” nele, ordena ao povo que “saia” do turbilhão de maldade e regresse ao supremo bem: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois que haveis de morrer, ó casa de Israel?” (Ez 33.11 cf. Dt 13.12; 2 Rs 17.13; 2 Cr 7.14; Zc 1.4).
De onde procede o pecado? Qual a sua origem?
1.1. A Natureza de Deus
Santo: “Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou SANTO e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26); “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou SANTO” (Lv 19.2 cf. 1 Pe 1.16 ).
Justo: “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é JUSTO e reto” (Dt 32.4); “Porque o SENHOR É JUSTO, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face” (Sl 11.7; 1 Jo 1.5; Tg 1.17).
Deus a ninguém tenta: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13).
Não se agrada do Mal: “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade. Tu destróis os que proferem mentira; o SENHOR abomina ao sanguinário e ao fraudulento”. (Sl 5.4-6; cf. 7.11; Rm 1.18).
[1] Cf. HARRIS, R. Laird (et all). Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 485.
2]
8 comentários:
Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passada lá no meu site, que é sobre o CresceNet, espero que goste. O endereço dele é http://www.provedorcrescenet.com . Um abraço.
Kharis kai eirene.
Muito obrigado pelas suas palavras motivacionais. Espero que sempre visite o Teologia com Graça.
Farei imediatamente uma visita no CresceNet.
Um abraço
A Paz do Senhor, Pastor
Alguma chance do Senhor responder meu comentario abaixo, sobre Os Decretos Divinos e a Origem do Mal(4) ? rsrsrsr
Já Grato,
Joabe
Excelente este quinto post sobre os decretos divinos, assim como os outros. Para muitos de nós a criação do mal é uma realidade simplista. Essa visão decorre de uma abordagem pontual da Palavra de Deus, e aí está o mérito subliminar dos seus posts: a abordagem panorâmica do assunto.
KHARIS KAI EIRENE.
Prezado amigo Joabe, desculpe-me pelo fato de não ter respondido a pergunta. Isso deve-se que, quando publico um novo post fico acompanhando e administrando mais os comentários recentes do que os anteriores. Já tenho respondido perguntas até mesmo dos post de abril de 2007! Vou ler imediatamente!
Um abraço!
kharis kai eirene
Prezado irmão Daladier muito obrigado por suas palavras motivacionais! Gostaria, caso fosse possível, discutir o assunto também na filoisofia. Entretanto, só posso fazer alguns excertos. Contudo, continuaremos com uma abordagem teológica. ainda temos que discutir muita coia ainda.
Um abraço.
Pastor Esdras Costa Bentho, a Paz do Senhor!
Alguns teólogos hiper-calvinistas (não sei se esse é o melhor termo), defendem que Deus criou o mal moral, o pecado e os perdidos para cumprir os seus propósitos nessa terra. Gostaria de saber se essa corrente teológica já foi considerada heresia por algum sínodo, concílio ou grupo de teólogos reformados? Pergunto isso, pois pouco se combate essa corrente que se vale pelos extremos, assim como as heresias do teísmo aberto.
Parabéns pelo post!
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com
Parabens muito bom seu Post!!!!Fik c paz d cristo!!!
Abs!
Faculdade Teológica
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