Introdução
Paulo, em 1 Co 4, retoma e conclui o assunto dos capítulos anteriores, especificamente 3.1-17. Para isto, emprega o advérbio houtōs (ou[toj - desta maneira; portanto), para ligar o assunto anterior a uma nova oração que exprime conclusão. Ele pretende encerrar o debate a respeito dos grupos partidários em Corinto, e apresentar os comportamentos que a igreja local deve adotar em relação aos obreiros da igreja. Sua assertiva é tão veemente que ele nega à igreja o direito de julgá-lo, assim como julgar os demais apóstolos. Contudo, orienta os crentes a respeito do correto relacionamento entre a comunidade e os seus líderes. O grupo que julgava-se iluminado e maduro e, com isto com o direito de submeter os apóstolos ao seu "tribunal" particular, é instado a olhar corretamente os líderes apostólicos.
Estrutura
O capítulo 4 é formado por três parágrafos: vv.1-5; 6-13; 14-21. No texto grego não há qualquer interrupção nas linhas de cada bloco, indicando que se trata de um só pensamento. O início de cada seção é marcado por um vocábulo que acentua o comentário da oração precedente: (v. 1) houtōs (ou[toj - desta maneira; portanto); (v.6) tauta (tau/ta - estas coisas); (v.14) ouk (ouvk - não, em tom litúrgico). Vejamos em perspectiva as estruturas.
No versículo 3, há mudança da terceira pessoa "nós" para a primeira "eu" – do geral para o particular. Paulo considera coisa de somenos importância o fato de os coríntios o julgarem, pois como ministro de Cristo quem o julga é Deus (v.4); nem ele mesmo se considera apto a julgar a si mesmo (v.3), mas espera que no tempo oportuno o Senhor julgue e galardoe cada um segundo "os desígnios do coração" (v.5).
2. vv. 6-13: Nesta seção, Paulo retoma mais uma vez a discussão iniciada em 3.5, apresentado que ele e Apolo servem de "figura" ou "esquema" (sch/ma - schēma), pois embora a igreja esteja dividida entre Paulo e Apolo, os dois, os dois ministros desfrutam de comunhão e serviço sacrifical a favor do Evangelho. Paulo critica a soberba dos coríntios (v.7): "Porque quem te diferença?", isto é, "Quem te julga superior?". Nos versículos 8-13, Paulo usa a "ironia retórica", apresentando o seu apostolado e contrapondo-o ao "reinado majestoso dos coríntios" (Broadman: 1987, p.370).
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6 comentários:
Graça e Paz
Olá irmão, nos próximos meses estarei postando no “Entendes tu o que lês?” sobre a História do Cristianismo!
Vou apontar ligeiramente alguns aspectos da história da igreja, especialmente: evangelização (estratégia da expansão e teologia missionária), política (a relação da igreja com o estado) e culto (desenvolvimento litúrgico e organização formal da igreja).
* IGREJA E CULTO (Novembro-Dezembro)
* IGREJA E POLÍTICA (Janeiro)
* IGREJA E EVANGELIZAÇÃO (Fevereiro)
Será um estudo que tem por finalidade levar nossos amigos leitores a enxergar o grande abismo entre o verdadeiro ideal da igreja cristã e o estado presente de omissão, hierarquização e aburguesamento (com raras exceções).
Necessariamente alguns textos serão controversos. Deles discorde. Essencialmente alguns textos induzirão os nossos pressupostos. A partir destes, discuta. E aos que existirem erros, denuncie!
Agora se alguém reconhecer que os escritos são verdadeiros, não os ignore.
Parabéns pelo seu blog! Espero sua visita e comentário!
Um abraço!
Eduardo Neves.
Pastor Esdras, a paz!
Seus textos exegéticos são um verdadeiro auxílio para um estudo mais aprofundado das Escrituras.Parabéns!
Quero sugerir que o irmão escreva um texto sobre a "hermenêutica pós-moderna".
Abraços!
Gutierres Siqueira
teologiapentecostal.blogspot.com
Parabens pelo blog Esdras
Quando puder, seja bem vindo ao meus, tambem tem estudos interessantes.
leidosentidocomum.blogspot.com
Kharis kai eirene
Prezados irmãos, obrigado pelas palavras motivacionais.
Um abraço
Amado irmão!
Quando colocarás o final da exegese de I Co 4 ? Estou aguardando.
Graça e Paz!
esdras parabéns,foi muito feliz em seu comentário
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