DÁ INSTRUÇÃO AO SÁBIO, E ELE SE FARÁ MAIS SÁBIO AINDA; ENSINA AO JUSTO, E ELE CRESCERÁ EM PRUDÊNCIA. NÃO REPREENDAS O ESCARNECEDOR, PARA QUE TE NÃO ABORREÇA; REPREENDE O SÁBIO, E ELE TE AMARÁ. (Pv 9.8,9)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Doutoranda da PUC-SP estuda a lógica dos ministérios nas ADs


Marina Corrêa, que faz doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vem recebendo auxílio do Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (CEMP) para desenvolver a tese “A Lógica Administrativa das Igrejas Assembleias de Deus através de seus Ministérios”.

O objetivo, segundo a autora, é além de entender como funcionam esses ministérios dentro das Assembleias, “apresentar também uma igreja atual que caminha com a modernidade”.

A pesquisadora, que frequenta a CPAD para pesquisar conteúdo para sua tese, desde antes da fundação do CEMP, em 2009, diz que com a criação de um “centro de pesquisas ficou ainda melhor. Posso dizer que se iniciou um novo ciclo na história das Igrejas das ADs; é a instituição abrindo as portas aos estudos acadêmicos com um compromisso: mostrar a sua “face” aos pesquisadores. Isto é muito bom!”, declara.


Leia abaixo a entrevista completa


Qual é o tema da tua tese de Doutorado?

O tema da minha tese é sobre a lógica dos ministérios nas Assembleias de Deus. Quando iniciei o mestrado em 2003 me deparei com inúmeros ministérios, a primeira impressão era que existia uma sede administrativa para organizar todos eles, ou seja, pastores, abertura de novas igrejas, estatuto e assim por diante.


Como surgiu o interesse pelo tema?

O interesse surgiu quando iniciei as entrevistas na igreja pesquisada em São Paulo. O ministério da igreja Assembleia de Deus no bairro Bom Retiro e o pastor me disseram que existem vários ministérios independentes e que essa ideia de uma sede administrativa não é real. Logo, estava diante de um grande estudo, pois esse assunto é novo, nós pesquisadores ainda não tínhamos a noção de várias igrejas funcionando sob o mesmo nome, sem uma patente.

Quais os principais pontos discutidos na tese?

Os principais pontos giram em torno dos ministérios. Sabendo que as Igrejas Assembleias de Deus no Brasil, tradicionalmente conhecidas pelas características rígidas da primeira formação – no que se refere à interpretação da palavra, comportamento de seus membros, ascetismo e distanciamento do mundo, – conseguiram reproduzir em si mesmas, tornando-se independentes junto à sua base formadora; o objetivo primário é identificar o processo organizacional atual dessa denominação do ramo pentecostal, que mais cresce no país em números de adeptos.

Como delimitou seu objeto de estudo?

O estudo centrar-se-á na construção de um mapeamento básico nos aspectos histórico e empírico dos ministérios das Igrejas Assembleias de Deus. Tendo em vista a imensa diversidade de ministérios hoje existentes se torna inviável um levantamento completo de todas as igrejas o que exige, portanto, a opção por alguns recortes de trabalho por amostragem. A ideia é de “mapeamento básico”, para expressar as possibilidades e limites de um levantamento empírico com os instrumentos disponíveis (entrevistas, jornais, livros, diários, etc.).

Quais questões estão sendo abordadas em sua tese?

As igrejas evangélicas são as que mais crescem atualmente. Fica a indagação de porque esse fenômeno acontece e o que faz surgir às novas igrejas com ministérios diferentes dentro da mesma denominação AD – Qual a insistência de preservar o nome Assembleia de Deus? Não é possível imaginar que os paradigmas não tenham mudado... Algum movimento interno (das igrejas) ou externo (da sociedade) deve ter desencadeado esse fenômeno.

Nesse sentido, o objetivo do estudo se centra na construção de um mapeamento básico dos inúmeros ministérios encontrados dentro das Igrejas Assembleias de Deus no Brasil por meio de cisões analisando as seguintes questões como: a sua lógica interna de funcionamento; quais são os elementos que influenciam neste processo, descrevendo a importância do ponto de vista da organização, as principais vertentes e o significado dessa lógica assembleiana; mapear o maior número de ministérios das igrejas ADs passando pelos ministérios já existentes – Ministério da Missão, Madureira e Ministério independente -; discutir os motivos que levaram as cisões internas, a tensão entre o carisma, a instituição e o discurso dos pastores das ADs e, por último, tecer uma interpretação das variáveis sociológicas da mudança com os dados colhidos pela pesquisa empírica mediante a sociologia da religião (pesquisa teórica).

No estudo que vem desenvolvendo descobriu alguma curiosidade?

Uma curiosidade é que todos os membros contam a mesma história nas igrejas: ”fundada em 1911”. Sempre a mesma coisa. Na verdade, existem muitos membros que não conhecem a verdadeira história de suas igrejas.

Outra curiosidade é o medo de falar. As pessoas só falam se o pastor autorizar, interessante que isto se torna mais fascinante a pesquisa, sempre pensamos, tem mais assuntos a serem revelados.

Quais principais dificuldades em estudos desse tipo?

As dificuldades são inúmeras, por exemplo, falta de dados históricos mais detalhados, pois de maneira geral, todos contam a mesma história, a chegada dos suecos no Brasil e assim por diante. Existem muitas lacunas na história das Assembleias de Deus. Outra dificuldade são as entrevistas, quase ninguém quer falar sobre as várias formas de funcionamento das igrejas e/ou ministérios, sobre as cisões então, nem pensar. O pesquisador ainda é visto como um inimigo. Na verdade, os trabalhos acadêmicos têm por objetivo acompanhar as transformações sociais ocorridas dentro das instituições religiosas no decorrer dos tempos e não “falar mal” como já ouvi tantas vezes.

Como o CEMP tem contribuído com suas pesquisas?

Na verdade, comecei as visitas na CPAD antes de ser fundado o Centro de Pesquisas – CEMP – via pastor Isael de Araújo [chefe do CEMP], que me recebeu muito bem, (a quem agradeço imensamente) esclareceu pontos importantíssimos sobre a história das ADs no Brasil. A chegada dos suecos fundadores, Gunnar Vingren e Daniel Berg ao Brasil, a primeira formação sueca, sobre o crescimento, e etc. Na verdade, o pastor Isael tem me orientado de muitas formas, ele afastou muitos mitos em torno das Assembleias de Deus. Depois com o funcionamento de um centro de pesquisas ficou ainda melhor, posso dizer que se iniciou um novo ciclo na história das Igrejas das ADs, é a instituição abrindo as portas aos estudos acadêmicos com um compromisso, ou seja, mostrar a sua “face” aos pesquisadores. Isto é muito bom.

Qual contribuição este estudo pode trazer para a denominação AD?

A contribuição seria contar a história real das ADs porque existem muitas histórias fantasiosas e também apresentar uma igreja atual que caminha com a modernidade. Até mesmo para a própria comunidade evangélica apontando os ministérios; que não existe uma sede administrativa comandando todas as igrejas; as cisões; as igrejas e/ou ministérios que nasceram independentes; as convenções estaduais e nacionais, como funcionam; a formação de pastores etc.

Fonte: CPAD: http://cpad1.tempsite.ws/cemp/view.php?s=2&i=32

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Teologia e Reducionismo Antropológico


O eminente teólogo holandês, Edward Schillebeeckx (1914-2009), diante das ameaças do secularismo e do existencialismo, buscou resgatar a dimensão religiosa do homem de seu tempo.

Schillebeeckx defendia o conceito de que o homem é antes de tudo um ser-no-mundo, mas que transcende o mundo tanto no plano horizontal, como também em uma trans-ascendência, definida pelo teólogo como uma abertura para Deus.

Schillebeeckx lutava contra a indiferença religiosa de seu tempo que, fundamentada no existencialismo heideggeriano e no secularismo, reduzia o homem às dimensões física, lógica e mundana sem qualquer abertura para Deus.

Em sua antropologia teológica entendia que o ser não pode ser reduzido à horizontalidade com o mundo, ao plano da mundanidade, limitado à concepção da filosofia do Daseinser-aí. Mesmo que ser-aí implique em uma abertura e possibilidade para o mundo, não pode o homem ser particularizado às dimensões terrenal e secular. O homem não se reduz à matéria e mundanidade, mas sublima a horizontalidade na verticalidade, entendida como uma abertura para Deus.

O existencialismo e secularismo afirmavam o fim da metafísica e a independência do homem de sua dimensão espiritual, o início do engajamento humano nas realidades existenciais e terrenas, e a indiferença religiosa. Schillebeeckx, no entanto, afirmava a existência e realidades terrenas (ser-no-mundo), mas enfatizava a trans-ascendência do homem sobre o mundo ao abrir-se para Deus. O homem não se reduz a ser-no-mundo, mas transcende os limites terrenos através de sua verdadeira identidade e dimensão espiritual.

Para compreendermos essa assertiva, permita-me o letor a uma breve digressão. Segundo a Bíblia, na criação entraram em processo duas importantes dimensões humanas: a mundanidade e a transcendência. Criado do “pó da terra” e posto em um paraíso terreno, o ser-aí estava aberto para se lançar compreensivelmente sobre o seu mundo; aberto à descoberta, cultura, ciência, existência e humores, entretanto, não estava reduzido à mundanidade.

A dimensão terrena foi criada a partir de matéria já presente na criação, tornando o homem um ser terrenal. Todavia, o fôlego de vida, a natureza e verdadeira identidade do homem, os elementos que o constituem diferente de todos os seres vivos, não foram criados por mediação (matéria existente), mas por imediação e doação graciosa. Deus soprou em suas narinas o fôlego de vida e o homem foi feito ser vivente – cônscio de si, do mundo (horizontalidade) e de Deus (verticalidade). Foi uma doação livre, espontânea. Deus tirou de si e doou ao homem. Criaram-se, por originação, a real identidade e natureza do homem.

O homem foi criado aberto para o mundo e para Deus. Portanto, limitar o homem à dimensão terrenal é reducionismo antropológico. Portanto, é necessário que a teologia cristã resgate a dimensão religiosa do homem e vença a indiferença religiosa de nosso tempo.

A história encarregou-se de provar que as teorias filosóficas, psicológicas, sociológicas ou antropológicas, entre muitas outras correntes do pensamento humano, de fato, à parte das Sagradas Escrituras, não são capazes de responder as mais profundas indagações existenciais do homem moderno. O problema não se circunscreve à exterioridade: falta de moradias, de educação, de trabalho, de cultura, mas à interioridade, ao distanciamento do homem de seu Criador.

Longe do Criador restaram ao homem apenas o vazio e a espera. O vazio em razão de perder o sentido da vida autêntica dada por Cristo, e a espera, porque vive na expectativa de amuletos tecnológicos e religiosos que preencham o vazio existencial. O vazio e a inquietação humana serão plenamente preenchidos e satisfeitos na relação certa com o Criador, através de Cristo – a pessoa divino-humana.

Em 1968 Schillebeeckx foi alvo de processo da Congregação para a Doutrina da Fé em razão de sua defesa positiva e aproximação com o secularismo, mas isso é outra história.....

De Schillebeeckx estou lendo A História Humana e meu amigo, Pr. César Moisés, Jesus a História de um Vivente. Depois é só trocar ideias em um diálogo dialético-dialógico!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Beijo na Bíblia

“Mel e leite estão debaixo da tua língua”

(Ct 7.9).

No Antigo Testamento o substantivo beijo, do hebraico neshîqâ, procede de uma raiz primitiva (nashaq) cujo significado básico é pegar fogo, queimar, acender, com a ideia de fixar, amarrar. No hebraico, o verbo beijar significa literalmente tocar levemente. No grego do Novo Testamento, o vocábulo para beijo deriva-se de phileo, amor, amizade, afeição.

O beijo era um costume presente em diversas situações e com significados variados, a saber: No círculo familiar era uma forma de carinho e afeto entre os parentes (Gn 31.28; Rt 1.9). O beijo também era símbolo da adoração e devoção religiosas falsas (1Rs 19.18). Nos relacionamentos entre as pessoas era símbolo de respeito (Êx 4.27; 1 Sm 10.1), saudação (Gn 29.13; 2Sm 19.39), lealdade e dignidade (2 Sm 19.39), lamento (Gn 33.4; Rt 1.14), traição (Mt 26.49), mas também de amor entre os cônjuges (Ct 1.2; 8.1).

A Bíblia também o descreve como expressão da concupiscência e da sedução ao pecado (Pv 7.13). Ele representava também a maior expressão do amor romântico, de acordo com Provérbios 24.26, como também do amor fraterno entre os membros da igreja de Cristo (Rm 16.16). A Bíblia refere-se ao beijo nos lábios (Pr 24.26), nas mãos (Jó 31.27), nos pés (Lc 7.38,45),...

Na literatura poética de Cantares, o beijo romântico é melhor do que o vinho (Ct 1.2) e se faz acompanhar de odores e sabores (Ct 1.2,3; 2.3; 4.3; 5.13; 7.9).

Como afirmara Ben Johnson

“Deixa um beijo no cálice para mim,
E não solicitarei vinho”.
A combinação de mel e leite e o cheiro dos pós aromáticos tornavam o beijo dos amásios mais apreciável (Ct 3.6 ver 4.11). Para eles, o amor é uma combinação de aromas e sabores. É a própria personificação do “amor em delícias” (Ct 7.6).

Junto aos elogios à compleição física dos amásios estava a apreciação da beleza e sedução dos lábios: “os teus lábios são como um fio de escarlata, e tua boca é formosa” (Ct 4.3;1.2); cantava o amado. Ele não apenas elogia as sábias palavras dos lábios de sua amada, como faz a ARC, mas inclina-se à tentação carnuda dos lábios da parceira.

Declamava Ovídio

“Ele viu os lábios dela,
uma coisa tão doce”.
Os dentes sempre alvos, perfeitos (Ct 4.2; 6.6), destacavam a pureza e a apreciação pelos lábios dos amásios. É o amor na estação da primavera, com todo frescor e vitalidade da estação (Ct 2.11-13; 7.13). Eis, portanto, o beijo como símbolo da paixão, do amor, do eros. O beijo envolve algumas zonas erógenas do corpo, o que significa que ele é um canal ou fonte de prazer, que estimula a libido dos amásios. Provérbios 6.28 a esse respeito é categórico: "Andará alguém sobre as brasas, sem que se queimem os seus pés"?

Todavia, o beijo nos lábios de outrem poderia ter um propósito distinto. O beijo de Jacó ao encontrar-se com Raquel, segundo Gower, foi nos lábios (Gn 29.11), assim como o de Judas, o traidor, no Getsêmani (Lc 22.48). Ambos demonstravam afeição, cortesia, no entanto, distinguiam-se quanto ao propósito.

Embora o beijo estivesse presente na cultura do Antigo e Novo Testamentos, parece-me que publicamente a troca de carinho ou carícias entre namorados ou noivos de famílias piedosas não era facilmente tolerado. Digo publicamente, porque o homem sempre foi um transgressor das normas, costumes e tradições humanas.

Durante a ocupação de Canaã, principalmente da Conquista ao final do tempo dos juízes, temos poucas referências ao beijo. Acredito que os hebreus procuravam manter a discrição, para contrastar com a imoralidade e licenciosidade pagãs presente no Antigo Testamento, como afirmo em meu livro A Família no Antigo Testamento.

sábado, 30 de outubro de 2010

Os Sofrimentos da Mulher de Jó


Mulher esquecida e incompreendida pela modernidade, assim defino inicialmente a mulher de Jó. Este patriarca sim, paladino da fé, suportou todas as vicissitudes e flagelos dócil e humildemente. Ele é símbolo de perseverança, paciência e retidão (Jó 1.1,22), mas a mulher desse sofredor...., no mínimo, ainda é chamada de louca ou néscia (Jó 2.10).

Mulher anônima, a quem a tradição posterior chamou de Sitis, aparece em Jó 2.9,10 e não é mais mencionada no livro, embora nada sugira sua morte, ou abandono do lar.

Ela era uma mulher nobre, respeitada por todos, e considerada afortunada para os mais antigos e de sorte para as donzelas da região. Seu marido era um homem sábio, fiel à sua família, riquíssimo e temente a Deus. O homem mais poderoso do Oriente. Seus filhos, saudáveis e belos. Suas filhas eram mulheres decentes, educadas e belas. Centenas de servas e servos estavam espalhados pela bela casa, fazendas, plantações (Jó 1.3). Sitis era uma mulher riquíssima que ajudava na administração da casa, dos servos domésticos; um elo de unidade familiar (Jó 1.2). Seus sete filhos e três filhas periodicamente reuniam-se ao redor da mesa para desfrutarem de seus conselhos, sapiência e virtudes (Jó 1.2,4). No período patriarcal o número dez era símbolo de completude, de abundância e prosperidade. Era a mulher mais poderosa, afamada e respeitada de todo o Oriente (Jó 1.3). Jó amava-a muitíssimo; suas filhas provavelmente espelhavam-se no zelo, discrição, beleza e sabedoria da mãe. O lar de Sitis era um paraíso cravado no Oriente (Jó 1.10).

Essa mulher, “ossos dos ossos” e “carne da carne” de Jó, no entanto, viveu as primeiras calamidades da vida do patriarca. Próximo a Jó ouvira que seus servos foram mortos e os seus rebanhos confiscados pelos sabeus. A notícia era ruim, mas suportável. Note a descrição do versículo 13, que destaca a efusiva alegria da reunião familiar na casa de seus filhos (“comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito”), e a calamidade súbita que toma conta do restante da narrativa. Essa narrativa que antecede e moldura as tragédias de Jó será depois desconstruída no versículo 19.

O mensageiro ainda não terminara o anúncio fúnebre quando imediatamente outro mordomo anunciou: “Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu” (v.16). A mulher de Jó fica espantada com a sucessão de tragédias que se sucedem sucessivamente sem cessar. Perde o fôlego, aproxima-se do marido para apoiá-lo... quando então, novamente, outro desastre, dessa vez arquitetado pelos caldeus que, em três bandos, roubam os camelos e ferem os servos (v.17). Mas o pior ainda estava para acontecer. Um servo aproxima-se esbaforido, com ar de cansaço e pesar. Tem receio do que vai dizer. Durante o trajeto ensaiara diversas vezes, até soltar o verbo flamífero: “Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo, eis que um vento muito forte sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram” (Jó 1.18,19).
O vento da desventura e sortilégio, gélido como a morte, implacável como a desgraça. Quem é suficiente forte para resistir suas lanças inflamadas? Como reagir diante de tanta calamidade e dor? Sitis chora amargamente a morte de seus filhos. Se isso não bastasse, vê o seu marido rasgar suas vestes, rapar sua cabeça e cumpridas barbas, símbolos de sua posição social superior, e lançar-se em terra adorando a Deus. Apesar da dor que aflige sua alma abatida olha com carinho e respeito o gesto humilde e devoto de seu marido. Somente a fé e a comunhão com Deus dão ao aflito a esperança e a força para vencer as vicissitudes. É nessas ocasiões que a comunhão do crente com Deus faz toda a diferença. A resiliência e o ânimo para continuar a lida depois de uma grande calamidade são resultados de uma vida de fé, comunhão com Deus e relacionamentos corretos. Jó, como os pequenos ribeiros orientais em período de estio, vê a sequidão tomar conta de si, no entanto, estivera durante muito tempo da vida plantado junto a ribeiros de águas; suas folhas não murchariam e os seus frutos viriam na estação própria (Sl 1). Dizia um antigo provérbio oriental que o “justo nunca será abalado” (Pv 10.30).

Os dias de luto ainda não estavam completos. Parentes distantes e amigos próximos reuniam-se na casa de Sitis para apoiá-la e ao marido, Jó. Os melhores amigos nascem nos períodos de sequidão e angústia (17.17). Autoridades do Oriente chegavam à casa do infortúnio. Ouvia-se os murmúrios das carpideiras, que se revezavam em seus turnos. Os cancioneiros entoavam suas elegias, e os sábios do Oriente procuravam entender a tragédia humana. Sitis chorava desconsoladamente. A dor e angústia apertavam seu corpo, como se a estivessem comprimindo em um pequeno vaso de cerâmica. Olhava para Jó e se inspirava na fé, piedade e devoção de seu marido. Ele em nenhum momento blasfemou ou se queixou de sua sorte (Jó 1.22). Junto aos sábios do Oriente, ouvia-o dizer: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). Todos ouviam, admirados, a fé e perseverança de Jó em Deus. Procuravam algum altar na casa, ou artefatos que materializassem o Deus de Jó, mas nada encontravam. Diferente dos tolos adoradores de ídolos do Oriente, Jó confiava no Deus Invisível, Espírito eterno e imutável em seu ser.

Passados os dias de luto, Sitis e Jó procuravam retomar as atividades diárias. Todavia, sentiam dificuldades de recomeçar. Reconstruir a casa que desabara sobre as crianças era uma dúvida latente. Aquele lugar trazia boas recordações. O lugar que as crianças cresceram e a velha árvore com as marcas de suas brincadeiras traziam lembranças tão vívidas como o vento outonal que derrubava as folhas das árvores e pintavam o chão de tons marrons e cinza. Nada diziam um ao outro, apenas apertavam firmemente as mãos. Todas as palavras foram expressas naquele aperto de mãos. Nunca saberemos exatamente o que disseram. Apesar da tristeza, estavam unidos, apoiando um ao outro.

Alhures, absorto com os últimos acontecimentos, Sitis percebe que pequenas chagas começam alastrar-se sobre o corpo de seu marido. Imediatamente, os melhores médicos são consultados, especialistas na arte da cura entram e saem da casa do patriarca. Sitis se mantém firme cuidando de Jó; tratando das feridas de seu amado; procurando suavizar a dor com as especiarias, óleos de vários gêneros, alguns importados. A chaga se espalha mais ainda, desde a planta do pé até ao alto da cabeça (Jó 2.7). Longe de Jó ela chora, sente as lágrimas quentes caminharem pelas linhas de sua pele até caírem e se desfazerem lentamente ao chão. “Senhor porque me provas?”, murmurava. “Não basta os meus filhos?” “Agora tu queres o meu marido Jó?”, balbuciava. Os médicos diagnosticaram que a doença era maligna, incurável. Erupções e prurido intenso destilavam do corpo de Jó (2.7,8). Os bichos insaciáveis se alimentavam do corpo putrefato (7.5), e os ossos daquele homem forte se desfaziam como torrão de madeira apodrecida (30.17). A pele de Jó perdera toda elasticidade, suavidade e beleza (30.30). Até no sono era atormentado por pesadelos (7.14).

Sitis olhava para todo aquele sofrimento. O cheiro dos florais da primavera paulatinamente foi expulso por uma mistura de pus, sangue e carne putrefata. Nem ela mesma conseguia cuidar de seu marido. A praga alastrara por toda casa. Ela gastara as últimas reservas financeiras no tratamento do marido moribundo. Investira todos os seus recursos para curar a Jó, mas a sentença médica era apenas uma: “Nada podemos fazer, só um milagre”. Sitis sofria, inconsolável... A esperança escapava por entre os seus dedos como as águas ribeirinhas. Lembrava dos momentos em que ela era considerada uma mulher bem-aventurada, rica, com filhos e filhas para lhe consolar, um marido próspero que a amava. Mas agora, tudo lhe havia sido tirado, à uma. O que você faz quando a calamidade bate à sua porta e, sem pedir licença, carrega para sua família toda desventura conhecida? A quem você recorre?

Certo dia, Sitis vê o seu marido no meio da cinza com um pedaço de cerâmica raspando as feridas. Olha e um sentimento acre-doce lhe invade a alma aflita. O grande príncipe Jó no monturo da cidade, como um pária. Sitis perde definitivamente a esperança. Aproxima-se do moribundo, sente pena do marido, fecha os olhos, aperta-os e a seguir dispara: “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2.9). Nenhum sofrimento pode ser maior do que a confiança e fidelidade a Deus. O Senhor jamais permitirá que sejamos tentados acima de nossas forças. Sitis achava que já havia chegado ao limite. Assim como os servos de Jó foram preservados da morte para levarem a notícia calamitosa ao patriarca, a esposa parece que fora guardada todo esse tempo para destalingar esse último chicote. Sem o saber, pensando que a morte seria a melhor solução para o marido, Sitis empresta sua boca ao Tentador incitando Jó a se rebelar e amaldiçoar a Deus. O que você faz quando toda a esperança se esgota? Sitis em vez de confiar em Deus acima de todas as coisas; em vez de amar ao Senhor pelo que Ele é, deixou-se levar pelas circunstâncias atrozes, fundamentada em um relacionamento de troca com Deus. Para muitos a morte é a solução para uma vida de infortúnios e desajustes domésticos. Contudo, sempre há uma esperança para aqueles que confiam em Deus.

Jó olha para sua esposa, e a fita com ternura e carinho. Sitis sente o tempo congelar por alguns instantes. Embora o tabernáculo terrestre de Jó estivesse se desfazendo, seu edifício eterno estava preparado por Deus (2 Co 5.1). Os olhos de Jó traziam um brilho vivaz, contagiante, embora todo o restante dissesse o contrário. Lembrava muito o olhar de Jesus quando Pedro o negou. Carinhosamente afirma: “Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). O sábio Jó afirmara que sua esposa, em seu desespero e dor, falava como uma pessoa sem entendimento; como alguém que ele não conhecia. Sitis fica desconcertada diante da afirmação do marido. Reflete a respeito do assunto. Lembra das muitas orações de Jó feitas em gratidão ao Senhor. E ali mesmo reconsidera... Cala-se e desaparece do cenário até o final do livro de Jó quando Deus restitui-lhe todas as coisas. Embora não seja mencionada no final do livro, não há razões para se duvidar de sua presença. Ela é a esposa incansável que esteve com o marido nos piores momentos e circunstâncias, mas que, em certo momento, perdeu as esperanças, mas a recobrou através da piedade e devoção de seu marido.
(Prezados coblogueirantes, por recomendação de nosso irmão e amigo João Paulo Mendes, segue o link do blog do irmão Carlos Augusto Vailatti: Livrando a Mulher de Jó do Banco dos Réus. Esse artigo ajudará a compreender melhor a pergunta feita pelo Pr. Marcello de Oliveira.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paulo, o Apóstolo dos Gentios (I)

INTRODUÇÃO

Archibald Thomas Robertson afirmou com muita propriedade que, excetuando o próprio Jesus, Paulo é o principal representante de Cristo e o expoente mais hábil da fé cristã.[i] O apóstolo dos gentios desempenhou diversas funções no cristianismo primitivo: missionário, apologista, hagiógrafo, mestre, polemista, entre outras importantes atribuições.

Enquanto em Atos dos Apóstolos Pedro é proeminente nos primeiros doze capítulos, o missionário da incircuncisão ocupa a segunda e maior metade do livro, do capítulo 13 a 28. Além da proeminência que Lucas dispensa ao fundador das igrejas gentílicas em Atos dos Apóstolos, Paulo foi o escritor sacro mais profícuo do Novo Testamento. Dos vinte e sete livros, escreveu treze epístolas, conhecidas como corpus paulinum e, dos duzentos e oitenta e oito capítulos do Novo Testamento, escreveu cento e quinze, restando apenas cento e setenta e três para todos os demais hagiógrafos. De seu cálamo incansável, diz F.F.Bruce, Paulo deixa patente “quão familiarizado era com os ensinos do Senhor”.[ii]

Paulo foi derrubado para ser cegado;
foi cegado para ser mudado;
foi mudado para ser enviado;
foi enviado para que a verdade aparecesse”
(Santo Agostinho)

I. Paulo, o cidadão histórico

A identidade e historicidade de Paulo jamais foram seriamente postas em dúvida. Ernest Renan (o Cético), por exemplo, no segundo volume, Les Apotres (Os Apóstolos), da famosa obra Histoire des Origines du Christianisme (33-45), afirma que Paulo foi a maior conquista da Igreja Primitiva e o “mais ardente dos discípulos de Jesus”.[iii] Se por um lado o Cético atestava a veracidade de Paulo, por outro, Marcião o considerava, em detrimento aos demais, o único apóstolo de nosso Senhor Jesus Cristo.

Já o biblicista Fabris declara que Paulo é o personagem da primeira geração de cristãos que possui as mais comprobatórias evidências de sua pessoa e trabalho.[iv] As fontes tão variadas são que o exegeta classificou-as em:

  • fontes cristãs canônicaso epistolário paulino;
  • fontes cristãs apócrifasAtos de Paulo e Tecla, Apocalipse de Paulo, o Martírio de Paulo [...];
  • fontes profanas de caráter epigráficas, literárias, papirológicas e arqueológicas [...].[v] A essas fontes devemos acrescentar os testemunhos dos sucessores dos primeiros apóstolos: Clemente de Roma, Inárcio, Policarpo e até mesmo as evidências em Marcião, o herege.

Essas evidências textuais, seja canônica, seja profana, literária ou arqueológica, auxiliam no estabelecimento e compreensão do contexto eclesiástico dos primeiros cinco séculos da Igreja Cristã. Sabe-se pelos registros dos cristãos que viveram os quingentésimos anos da Igreja, que os Pais jamais contestaram a historicidade de Paulo, muito embora haja discordância a respeito de suas epístolas. Atualmente, as controvérsias referem-se mais a autoria de algumas epístolas, chamadas deuterocanônicas, do que propriamente a pessoa e obra do apóstolo Paulo. Há, portanto, mais evidências da pessoa, ensinos e obras de Paulo do que qualquer outro grande personagem cristão da igreja nascente.

FONTES HISTÓRICAS DA VIDA DE PAULO

Epistolário Paulino

Cristãs Apócrifas

Profanas

Pais Apostólicos

Gráfico 1: Taxonomia das fontes paulinas.

1. Saulo de Tarso

Paulo era natural da célebre[vi] cidade de Tarso, localizada na Cilícia (At 9.11; 11.25; 21.39; At 22.3; Gl 1.21). Essa rica e culta cidade de língua grega ficava 26 metros acima do mar e distante 16 quilômetros do nível do Mediterrâneo. [vii] Além de ser uma das mais antigas cidades do mundo, no século 1, era a capital e a maior cidade da Cilícia.

A população de Tarso jactava-se de sua riqueza agrícola e comercial, bem como de sua universidade, julgada superior às grandes academias de Alexandria e Atenas. O historiador, geógrafo e filósofo grego Estrabão (58 a.C.) descreve o povo de Tarso como “apaixonados pela filosofia” e de “espírito enciclopédico”; e a cidade como aquela que eclipsou todas as outras que foram “terra natal de alguma seita ou escola filosófica”.[viii]

Do vulto de seus intelectuais, a cidade de Tarso orgulhava-se do filósofo estoico Athenodoros, nascido em 74 a.C., preceptor de César e autor profícuo de diversas obras históricas e filosóficas.[ix] Murph-O’Connor, assinala que os habitantes de Tarso eram seriamente entusiasmados com a educação, a ponto de saírem da terra natal em busca de mais conhecimentos.[x]

1.1. A educação do jovem hebreu de Tarso

A influência da cultura e do espírito crítico da cidade de Tarso nota-se na formação heleno-latina de Paulo. Como já citei em nossa obra Hermenêutica Fácil e Descomplicada, em Atos 17.28, por exemplo, o apóstolo cita o poeta e filósofo estoico natural da Cilícia, Arato (315-240 a.C.), e também a poesia Hino a Zeus, do filósofo estoico Cleantos (331-232 a.C.), discípulo de Zenão de Cício (332-269 a.C.), fundador da escola estoica.

Em 1 Coríntios 15.32, Paulo faz também uma referência provável a Isaías 22.13: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. Todavia, escavações arqueológicas descobriram em Anquiale, cidade vizinha a Tarso, uma estátua do fundador da “metrópole da Cilícia”, Sardanapalo, com a seguinte inscrição: “Come, bebe, desfruta a vida. O resto nada significa”. É provável que Paulo ao citar positivamente a exortação de Isaías tivesse intenção de criticar essa declaração hedonista.[xi]

Embora empregasse diversos recursos estilísticos e retóricos greco-romanos, e citasse perícopes e versos dos filósofos e poetas, a exegese paulina era fundamentalmente hebraica, condicionada, principalmente, pela sua formação judaica e leitura do Antigo Testamento dos Setenta. Mas o que sabemos concretamente a respeito da formação de Paulo em Tarso?

Entre os especialistas não há muita unidade a respeito da formação universitária de Paulo. Todos concordam que ele era um judeu culto da diáspora e familiarizado com a poesia e filosofia de sua época, porém discordam entre si a respeito da educação formal de Paulo. F. F. Bruce, baseado em Atos dos Apóstolos 22.3, afirma que Paulo embora “nascido em Tarso, foi educado em Jerusalém” e, por essa razão, o erudito não aceita a hipótese de que Paulo tenha frequentado as escolas de Tarso, muito embora vivesse em um centro de cultura grega. [xii]

Outro biblista, Christopher Forbes, ao comparar as epístolas paulinas com os recursos retóricos antigos, se convence de que “Paulo não é, em termos greco-romanos, um ‘homem de letras’ (anēr logios, At 18.24)”.[xiii] Para Forbes, a educação formal de Paulo não atingiu os níveis superiores.

Todavia, Ronald F. Hock afirma que “as cartas de Paulo, a despeito de seus desmentidores, denotam uma pessoa que havia passado pela sequência curricular da educação greco-romana”. [xiv] Para provar sua assertiva, Hock recorre à estrutura da educação formal do primeiro século e sua relação com as citações paulinas dos poetas e filósofos. As citações primárias de filósofos como Eurípedes e Menandro, justificam, para o rapsodo, a passagem de Paulo pela primeira etapa da educação grega ou pelo currículo primário; e o uso de recursos literários e das citações explícitas da Septuaginta, a participação no currículo secundário. Hock está convencido, pela análise da extensão, complexidade e vigor das epístolas paulinas que o seu autor “recebeu um treinamento continuado em composição e retórica” e, por essa razão, cursou o currículo terciário, que preparava os seus aprendentes nessas técnicas.[xv]

Há tantas lacunas cronológicas na biografia de Paulo, que estou convencido de que nenhuma das posições pode ser afirmada com certeza, e a exiguidade desse espaço não permite aprofundar as discussões. Contudo, o fato de o apóstolo ser educado em Jerusalém, não significa necessariamente que ele não completou os estudos formais comuns aos jovens de Tarso. Para retomar de outro modo a generalidade do problema, a dificuldade de se encontrar os elementos retóricos mais sofisticados e apurados nas epístolas, justifica-se por elas não serem tratados retóricos formais, mas escritos desenvolvidos para dirimir dúvida e controvérsias pontuais nas igrejas cristãs citadinas. Paulo as escreve na urgência do trabalho missionário, como justifico em nossa obra Igreja: Identidade e Símbolos.[xvi] É óbvio que os escritos de Paulo testificam da genialidade de seu autor. Dificilmente alguém negaria ao apóstolo o status de pessoa educada e instruída na filosofia, retórica e composição literária. De modo geral, em círculos mais ortodoxos, a cristandade está mais disposta a aceitar a posição de Hock do que a de Bruce e Forber, muito embora alguns especialistas prefiram o contrário.

Controvérsias à parte, independente de Paulo ter cursado ou não uma universidade em Tarso, ele era um teólogo e homem extremamente culto. E as influências culturais de ser criado em uma cidade cosmopolita, que se orgulhava de seu sistema de ensino e de seus filósofos, deixaram marcas indeléveis no jovem judeu de Tarso.

Todavia, Paulo mostra-se reticencioso no emprego de sua educação na formação das igrejas cristãs citadinas. Apesar de encontrarmos diversos recursos estilísticos e retóricos no epistolário paulino, o apóstolo recusava-se, como afirmou Ronald F. Hock, a “incorporar a sabedoria mundana na sua pregação apostólica (1 Co 2.1-4).” [xvii]



Notas

[i] ROBERTSON, A.T. Épocas na vida de Paulo: um estudo do desenvolvimento na carreira de Paulo. 2.ed., Rio de Janeiro: JUERP, 1982, p.17.

[ii] BRUCE, F.F.Merece confiança o Novo Testamento? São Paulo: Edições Vida Nova, 1965, p. 102.

[iii] RENAN, Ernest. Histoire des Origines du Christianisme (33-45): Les Apotres. Paris: Calmann-Lévy, Éditeurs [?], p.163.

[iv] FABRIS, Rinaldo. Para ler Paulo. São Paulo: Edições Loyola, 1996, p.7.

[v] Id.Ibid., p.7-12.

[vi] Em At 21.39, Paulo refere-se a Tarso como “cidade pouco célebre na Cilícia”, provavelmente faz jus a Estrabão que da cidade dissera, “ela pode reivindicar o nome e o prestígio de metrópole da Cilícia”; Geografia XIV, 5.5-15, apud Fabris, Id.Ibid., p.22.

[vii] Ver PFEIFFER, C. F. (et al.) Dicionário bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.1884.

[viii] Descrição geográfica e histórica da cidade de Tarso feita por Estrabão, Geografia XIV, 5.5-15, apud Fabris, Id.Ibid., p.22.

[ix] Estrabão afirma que a cidade possuía dois grandes intelectuais de mesmo nome, o citado é Athenodoro Cananita, tutor e conselheiro de Augusto, e o outro é o Estóico, companheiro de Cato, o jovem; Geografia XIV, 5.5-15, apud Fabris, Id.Ibid., p.22.

[x] MURPHY-O’CONNOR, Jerome. Paulo, biografia crítica. São Paulo: Edições Loyola, 2004, p.50.

[xi] BENTHO, Esdras C. Hermenêutica fácil e descomplicada: como interpretar a Bíblia de maneira prática e eficaz. 9.ed.,Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.196-198; ver ainda CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Candeias, 1995, p.377, vl. III, Atos a Romanos.

[xii] BRUCE, F.F. Paulo nos Atos e nas Cartas. In: HAWTHORNE, Gerald F.; MARTIN, R.P.; REID, D.G. (orgs.) Dicionário de Paulo e suas Cartas. São Paulo: Paulus, Vida Nova, Edições Loyola, 2008, p.940.

[xiii] FORBES, Christopher. Paulo e a comparação retórica. In: SAMPLEY, J. P. (org.) Paulo no mundo greco-romano: um compêndio. São Paulo: Paulus, 2008, p.133.

[xiv] HOCK, Ronald F. Paulo e a educação greco-romana. In: SAMPLEY, J. P. (org.) Paulo no mundo greco-romano: um compêndio. São Paulo: Paulus, 2008, p.185.

[xv] HOCK, Ronald F. Id. Ibid, p.186,187.

[xvi] BENTHO, Esdras C. Igreja: Identidade e Símbolos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

[xvii] HOCK, Ronald F.Id. Ibid, p.171.

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