Terminologia
O termo decreto pulsa, sem conotações teológicas, por toda a Escritura. Neste aspecto é sinônimo de lei ou edito. O sentido primário é de uma determinação escrita ou ordenação, perfazendo também o sentido de desígnio ou vontade superior.
Pelo menos três vocábulos hebraicos são usados com o sentido primário, referindo-se a alguma lei ou edito emanado de uma autoridade qualquer, senão vejamos:
a) Esar. Literalmente "laço". É um termo aramaico usado por sete vezes em Daniel (6.7-9,12,13,15). A ARC traduz o vocábulo por edito real e, a ARA por decreto e a TEB por interdito. Esar no v.8 é uma lei “que se não pode revogar”.
b) Gzerah. Literalmente "coisa decidida". Outro termo aramaico usado por duas vezes em Daniel (4.17,24), com o sentido de uma sentença decretada ou decidida: “este é o decreto do Altíssimo”, ou “isto é o que o Altíssimo decidiu”. Deus na qualidade de Rei de toda a terra, segundo afirma o AT, baixa decretos (Sl 2.7). Assim é dito de um decreto para a chuva (Jó 28.26) e outro para o mar (Pv 8.29), os quais naturalmente, são as leis impingidas na natureza. Geralmente, distingui-se entre decreto e preceito divino. O preceito refere-se aos mandamentos e às leis que Deus estabelece para as Suas criaturas, mandamentos estes que exigem obediência mas que freqüentemente são transgredidos. O decreto, por outro lado, refere-se ao plano eterno, abrangente, imutável e eficaz de Deus, que é levado a efeito na história.
c) Dath. Literalmente "lei, decisão baixada". Termo hebraico usado por vinte e duas vezes nas Escrituras e que não difere dos sentidos anteriores (Et 2.8; 3.15; 9.1,13,14; Dn 2.9,13,15).
Na língua de Homero, o termo dogma é traduzido por decreto por cinco vezes. Em Lucas 2.1 para referir-se ao “decreto da parte de César Augusto”, em Atos 16.4 a ARA traduz por decisões, enquanto a ARC por “decretos que haviam sido estabelecidos” (ver 17.7). Em Efésios 2.15 é traduzido por ordenança, que naturalmente, subjaz o sentido básico de decreto, visto estar referindo-se a Lei promulgada aos israelitas no Monte Sinai (cf Cl 2.14). Por fim, Colossenses 2.20 usa o verbo no indicativo presente da segunda pessoa do plural “dogmatizesthe”, traduzido por “vos sujeitais a ordenanças”.
O uso destes termos nas Escrituras, excetuando aqueles que se referem a Lei, no entanto, não aparecem com matizes teológicas, ao contrário, para indicar as decisões oficiais dos soberanos, os decretos do concílio de Jerusalém e para indicar a Lei mosaica, nunca para afirmar qualquer plano eterno da Divindade.
No desenvolvimento do nosso estudo, verificaremos que a expressão “decretos de Deus ou decretos divinos” é termo mais teológico do que bíblico, visto que nas Escrituras o vocábulo não estatui qualquer sentido doutrinário importante. Ao usarmos a expressão estamos de acordo com a tradição teológica que usa deliberadamente o termo sem qualquer hesitação.
Terminologia Teológica
Os teólogos costumam definir os decretos de Deus como:
a) A doutrina do Decreto de Deus, é definida pelo Breve Catecismo de Westminster, como:
Os teólogos costumam definir os decretos de Deus como:
a) A doutrina do Decreto de Deus, é definida pelo Breve Catecismo de Westminster, como:
“o Seu [Deus] eterno propósito, segundo o conselho da Sua vontade, pelo qual, para a Sua própria glória, Ele predestinou tudo o que acontece”.
b) Thiessem refere-se aos decretos de Deus nesses termos:
“ Os decretos são o eterno propósito de Deus. Ele não faz ou altera Seus planos à medida que a história humana vai se desenvolvendo; Ele faz esses planos na eternidade e eles permanecem inalterados. Os decretos são baseados em Seu mui sábio e santo desígnio.”[2]
c) Alfredo Teixeira, teólogo presbiteriano, trata da obra da criação com base nos decretos divinos, afirma:
“ Se um engenheiro não inicia a construção de um edifício sem um projeto em que toda obra é prevista, e o mesmo acontece com todo artista sensato em seus empreendimentos, quanto mais necessário não seria que, na criação do universo, o seu Autor não tivesse um Plano. É inconcebível que Deus iniciasse a obra sem saber o que dela ia sair.” [3]
d) Bancroft, define os decretos de Deus como:
“O conselho de Deus é o plano eterno para a totalidade das coisas, adotado pelo desígnio de Deus e que abrange todos os Seus primitivos propósitos, inclusive todo Seu programa criador e remidor e levando em conta ou aproveitando a livre atuação dos homens.” [4]
e) O teólogo Fred H. Klooster [5], define os decretos de Deus como:
“O “decreto” de Deus é um termo teológico correspondente ao planos abrangente que Deus estabeleceu de modo soberano na eternidade, com relação ao mundo e à sua história.”
f) Segundo Champlin, os decretos divinos, cumprem cinco propósitos específicos:
“ Essa é a expressão usada na teologia para indicar aqueles atos da vontade de Deus que: (1) representam o seu propósito; (2) estavam presentes com ele desde a eternidade passada; (3) são cumpridos por ele dentro do tempo e do contexto humano; (4) determinam o curso da história, coletiva ou individualmente; (5) determinam o destino espiritual dos homens e dos anjos” . [6]
g) O teólogo e pastor assistente da Assembléia de Deus West End, em Richmond, define os decretos de Deus, como:
“Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais Ele, embora permita que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é o autor do mal...nem é a causa do pecado.” [7]
h)Segundo o teólogo Lewis Sperry Chafer [8]:
“O termo decreto divino é uma tentativa de reunir em uma única designação aquilo a que as Escrituras se referem por diversas designações: o propósito divino (Ef 1.11), o determinado desígnio (At 2.23), a presciência (1 Pe 1.2 comp. 1.20), a eleição (1 Ts 1.4), a predestinação (Rm 8.30), a vontade divina (Ef 1.11) e o beneplacito divino ( Ef 1.9).
“O conselho de Deus é o plano eterno para a totalidade das coisas, adotado pelo desígnio de Deus e que abrange todos os Seus primitivos propósitos, inclusive todo Seu programa criador e remidor e levando em conta ou aproveitando a livre atuação dos homens.” [4]
e) O teólogo Fred H. Klooster [5], define os decretos de Deus como:
“O “decreto” de Deus é um termo teológico correspondente ao planos abrangente que Deus estabeleceu de modo soberano na eternidade, com relação ao mundo e à sua história.”
f) Segundo Champlin, os decretos divinos, cumprem cinco propósitos específicos:
“ Essa é a expressão usada na teologia para indicar aqueles atos da vontade de Deus que: (1) representam o seu propósito; (2) estavam presentes com ele desde a eternidade passada; (3) são cumpridos por ele dentro do tempo e do contexto humano; (4) determinam o curso da história, coletiva ou individualmente; (5) determinam o destino espiritual dos homens e dos anjos” . [6]
g) O teólogo e pastor assistente da Assembléia de Deus West End, em Richmond, define os decretos de Deus, como:
“Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais Ele, embora permita que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é o autor do mal...nem é a causa do pecado.” [7]
h)Segundo o teólogo Lewis Sperry Chafer [8]:
“O termo decreto divino é uma tentativa de reunir em uma única designação aquilo a que as Escrituras se referem por diversas designações: o propósito divino (Ef 1.11), o determinado desígnio (At 2.23), a presciência (1 Pe 1.2 comp. 1.20), a eleição (1 Ts 1.4), a predestinação (Rm 8.30), a vontade divina (Ef 1.11) e o beneplacito divino ( Ef 1.9).
Continua...
Notas
[1] Fred H. KLOSSTER, Decretos de Deus, in Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Crista, ed. W.A. Elwell, p. 400
[2] Henry Clarence THIESSEN, Palestras em Teologia Sistemática, p. 96
[3 Alfredo Borges TEIXEIRA, Dogmática Evangélica, p.98.
[4] E. H. BANCROFT, Teologia Elementar, p.81.
[5] Fred H. KLOSSTER, Decretos de Deus, Enciclopédia Histórico teológica da Igreja Crista, ed. W.A. Elwell, p. 400
[6] R. N. CHAMPLIN & J.M. BENTES, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, VL I, p. 30
[7] Russell E. JOINER, O Deus ünico e Verdadeiro, in: Teologia Sistemática, Stanley M. Horton (ed.), p. 153
[8] Teologia Sistemática, p. 195
[2] Henry Clarence THIESSEN, Palestras em Teologia Sistemática, p. 96
[3 Alfredo Borges TEIXEIRA, Dogmática Evangélica, p.98.
[4] E. H. BANCROFT, Teologia Elementar, p.81.
[5] Fred H. KLOSSTER, Decretos de Deus, Enciclopédia Histórico teológica da Igreja Crista, ed. W.A. Elwell, p. 400
[6] R. N. CHAMPLIN & J.M. BENTES, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, VL I, p. 30
[7] Russell E. JOINER, O Deus ünico e Verdadeiro, in: Teologia Sistemática, Stanley M. Horton (ed.), p. 153
[8] Teologia Sistemática, p. 195
"TEOLOGIA COM GRAÇA: TEOLOGANDO COM VOCÊ."
5 comentários:
Lendo seu post sobre os decretos de Deus, com o qual diga-se de passagem concordo, fico pensando nos "decretadores" modernos. Quem são estas pálidas figuras temporais diante do Deus eterno e poderoso?
Eu dizia ontem na Ceia do Senhor: Deus sabia até com que roupa você viria e onde sentaria aqui na igreja hoje! Criou os caminhos, moldou as circunstâncias e trabalhou até o último instante para que você não faltasse, afinal estava prevista sua presença na agenda eterna dele! Fez tudo isso somente para que você participasse da festa (ceia) como convidado de honra!
Então, prezado amigo e irmão, quem somos nós para decretar alguma coisa? Não é mesmo?
Kharis kai eirene.
Quem somos nós para frustrar os planos de Deus.
Caro pr. Esdras,
É sempre bom investir tempo apreciando os elucidativos textos postados no seu blog.
um abraço
Paulo Silvano
Parabens muito bom seu Post,muito interesante!!!!Fik c paz d cristo!!!
Abs!
Faculdade Teológica
A origem do mal está clara e é simples. Leia ISAIAS 45:7 "7 Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas." Como alguém pode duvidar de onde veio o mal? Tudo tem apenas UMA procedência. Ou aquilo que está escrito (Isaias 45:7) não vale? Chega de desvios da VERDADE e elocubrações.
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