DÁ INSTRUÇÃO AO SÁBIO, E ELE SE FARÁ MAIS SÁBIO AINDA; ENSINA AO JUSTO, E ELE CRESCERÁ EM PRUDÊNCIA. NÃO REPREENDAS O ESCARNECEDOR, PARA QUE TE NÃO ABORREÇA; REPREENDE O SÁBIO, E ELE TE AMARÁ. (Pv 9.8,9)

sábado, 14 de julho de 2012

A Morte para o Verdadeiro Cristão



ROTEIRO DE ESTUDO
Título: A Morte para o Verdadeiro Cristão
Síntese
Texto Áureo: Sl 23.4. Leitura Bíblica em Classe: Jó 14.7-15
Verdade Prática: Para o crente, a morte não é o fim da vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com Deus.
Estrutura
Introdução
1. O que é a morte
1.1. Conceito.
1.2. O que as Escrituras dizem?
1.3. É a separação da alma do corpo.
2. A vida após a morte
2.1. O que diz o Antigo Testamento.
a) Sheol. b) A esperança da ressurreição.
2.2. O que diz o Novo Testamento.
3. Morte, o início da vida eterna
3.1. Esperança, apesar do luto.
3.2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna.
3.3. A morte: o desfrutar da vida eterna.
Conclusão
Questionário
O tema da morte perpassa toda a Escritura. Não é possível estudá-la desassociada da (1) Teologia da Criação, da Teologia da Vida. O homem foi criado por mediação (Gn 2.7a) e originação (Gn 2.7b). A influência dualista das filosofias platônica (dualismo antropológico) e cartesiana (interacionismo antropológico) foi responsável em dividir o homem em espírito e matéria, enquanto nas Escrituras ele é visto como ser integral. A pessoa humana é corpórea. A pessoa humana é espiritual. A corporeidade é tão própria do homem quanto a sua espiritualidade. O homem é um espírito com corpo; um espírito sozinho, descorporificado, não pode ser considerado homem. Os seres espirituais (rûach), tanto bons quanto maus, não são chamados “homem” (’ādhām), uma vez que lhes falta corporeidade (bāśār, Gn 6.17). Se é verdadeiro que o homem é pó, barro (‘āphār [poeira] Gn 3.19; Ec 3.20) seus antônimos “alma vivente” (nepheš, Gn 2.7) e “espírito” (rûach, Is 26.9) igualmente o são. É necessário ainda estudar o tema em sua estreita relação com (2) a Hamartiologia. De acordo com o registro de Gênesis (2.17; 3.22) e a interpretação paulina do relato (Rm 5.12; 1Co 15.21), a morte (mûth, Gn 3.4) é consequência do pecado (hamartia). Neste aspecto, a morte é tanto a cessação da vida biológica (Gn 6.3), quanto o banimento da presença de Deus (Gn 3.22-24), por isso, física (Gn 5.5) e espiritual (Gn 3.8-11 [o fato], 21 [ provisão], 22-24 [banimento] cf. Ef 2.1; Ap 3.1), podendo ser kairótica (Jo 5.24,25; 1Jo 5.12) e eterna (Mt 25.46; Ap 2.11; 20.6; 21.8). Importante é pesquisar o assunto de acordo com a (3) Teontologia. O Eterno não é Deus dos mortos, mas dos vivos (dzōē, Mt 22.32; Êx 3.6.15-16 cf. Js 3.10; Sl 42.2, ver Rm 14.9). Assim a morte biológica dos filhos de Deus não é o fim, mas o início de uma nova vida com Ele por meio da ressurreição de Cristo (Lc 23.43; Jo 14.1-2). Devemos salientar a (4) Doutrina da Vida Futura no AT e (4) Reino de Deus e Vida Futura no NT. No AT dois conceitos escatológicos perpassam todo conteúdo: o reino futuro de Deus na terra (escatologia da comunidade nacional), e o da vida futura do homem para além da morte (escatologia do indivíduo). O primeiro está relacionado ao propósito do Senhor com Israel e o segundo ao še’ōl como habitação dos mortos (Gn 37.35; 42.38; Nm 16.30,33; 1Sm 2.6, Is 14.9-11, neste aspecto também como “sepultura”, “inferno”) e, depois apenas como lugar de punição dos ímpios (Sl 9.17,18; 31.17,18; Is 57.9; Ez 31.15; 32.21,27). A esperança na vida para além da morte é mais claramente apresentada por Jó (17.13-16; 19.25-27). Contudo, à medida que a Teologia do AT desenvolvia-se, na transição do reino político para a assembleia do remanescente fiel, os teólogos hebreus perceberam que o destino do ímpio não será semelhante ao do justo: a justiça divina fará as devidas retribuições, distinguindo entre o fim dos justos e dos ímpios. O próprio salmista entende que o vale da sombra da morte (salmāweth, Sl 23.4) não é tão escuro e nada há o que temer (yārē’, Jó 38.17).
Esdras Bentho

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