DÁ INSTRUÇÃO AO SÁBIO, E ELE SE FARÁ MAIS SÁBIO AINDA; ENSINA AO JUSTO, E ELE CRESCERÁ EM PRUDÊNCIA. NÃO REPREENDAS O ESCARNECEDOR, PARA QUE TE NÃO ABORREÇA; REPREENDE O SÁBIO, E ELE TE AMARÁ. (Pv 9.8,9)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Os Se7e Selos do Apocalipse em Seis Dias (III)

"E eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro era chamado Morte"

4º Selo (6.7-8): Cavalo Amarelo

“Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a peste e por meio das feras da terra”.

A guerra, a carestia e a escassez de alimentos, trazendo conseqüentemente a fome, prepararão a terra para o castigo do quarto selo – a Morte. O cavalo amarelo representa a morte por meio da fome, da peste e das feras. O termo “amarelo” não significa um amarelo de cor viva, mas pálida [1], simbolizando a palidez característica da morte. Este cavaleiro, diferente dos outros três, é identificado como Morte e é seguido pelo Hades [a]/dhj] ou inferno. Não está claro, como observa Ladd, “se o inferno estava montado em outro cavalo ou andando a pé atrás da morte, ou no mesmo cavalo com esta”. [2] A Morte vitima os homens através da espada, fome, peste e das feras, enquanto o Hades, isto é, o “mundo dos mortos” [3] recolhe todos os que são ceifados pela Morte. Morte e Hades referem-se aparentemente a morte física e espiritual. [4]

Estas quatro catástrofes - a espada, a fome, a peste e os animais selvagens - são chamados em Ezequiel 14.21 de “os quatro maus juízos de Yahweh”. Estas catástrofes destruirão a quarta parte da terra. Se naquele período houver cerca de seis bilhões de habitantes no mundo, quase dois bilhões de pessoas seriam mortas.

Nunca é demais repisar a relação que existe entre essas pragas e a justiça e o castigo de Deus mencionado em Ezequiel 14.12-21, que trata da “fome” (v.13), “animais selvagens” (v.15), “espada” (v.17), e “peste” (v.19).

Os danos causados por estes cavaleiros.

Morte através da espada: Neste caso, espada assim como na metáfora do texto de Mateus 10.34, significa “contenda”, “dissensões”, daí morte causada por intrigas, contendas, dissensões, assassinato e violência. Um dos pilares que leva-nos a interpretar desta forma, além do uso metafórico de espada, distribuído por toda a Escritura, é que o segundo selo traz a guerra, enquanto, “para matar com a espada”, provavelmente esteja se referindo a morte causada por dissensões, violência, intrigas. Assim sendo, a violência urbana, os assassinatos, seqüestros, estupros e toda mazela inominável de violência contra o ser, será aguerrido neste período. Isto sugere um aumento da violência acima dos limites sociais observáveis nos dias hodiernos.

Morte através da fome: O que temos visto e ouvido sobre a fome na Etiópia, na região do nordeste brasileiro, ou em qualquer outro canto do mundo vitimado pela fome, não se compara à mortandade que se seguirá através da fome nesses dias tribulacionais. O terceiro selo trouxe o racionamento de alimentos sobre a terra, este quarto, a morte através da fome. Será uma crise de víveres que atingirá toda a pirâmide social da terra.

Morte através da peste: Se alguns homens sobreviverem à espada ou a fome, muitos não resistirão a morte através das pragas. Cabe lembrar o quanto é eficiente o poder de destruição aqui evocado. A Europa e a Ásia do século XIV foram quase varridas pela peste bubônica – a morte negra. Esta doença, provocada pela pulga dos ratos, foi responsável pela morte de quase um quarto da população (cerca de 25 milhões de pessoas) da Europa e Ásia do final da Idade Média. Se tomarmos como exemplo, o rato, além da peste bubônica, esta criatura, transmite o tifo, enfermidade que segundo estimativas, em quatro séculos matou mais de duzentos milhões de pessoas.[5] Segundo Phillips, “os ratos ameaçam o abastecimento de alimentos para os homens, pois devoram e contaminam, além de que se destruirmos noventa e cinco por cento dos ratos que habitam um determinado local, eles se recuperam no prazo de um ano”. [6]

O Dr. Franck Holtman, chefe do Departamento de Bacteriologia da Universidade de Tennessee, afirma que: Ainda quando a maior parte de uma cidade poderia ser destruída por uma bomba atômica, o método bacteriológico poderia eliminar facilmente a todos em apenas uma semana. O vírus que causa a febre de parrot, uma das mais mortíferas enfermidades humanas, é considerado pelos cientistas como o mais apropriado para este propósito....enquanto o custo de uma bomba psitacosis poderia ser comparativamente barato, sua potência é extremamente alta..., mas se requer menos de um centímetro cúbico do vírus para infectar 20 milhões de seres humanos quando se libera na atmosfera em quantidade infinitesimal...[7]

Devemos lembrar que estas pestes não são apenas a ocorrência de pragas já conhecidas pela ciência. É provável que surjam pragas desconhecidas pelos homens, que exterminarão milhares de pessoas. Muitas destas pestes serão resultado das mortes ocasionadas pela espada e a fome. A peste não causará apenas doenças que levarão os homens à morte, mas será responsável pela contaminação dos víveres e pela poluição das águas. O suprimento dos homens será destruído e poluído por estas e outras pestes. Em nossos dias, vivemos o pavor dos vírus e doenças cada vez mais mortais que surgem à medida que a qualidade da vida humana vai diminuindo por culpa de um crescimento insustentável. Nada, porém, pode ser comparado a este tempo.

Morte através das feras: A natureza sofrerá tanto pelos itens acima que os próprios animais invadirão os habitares dos homens fazendo muito deles suas vítimas.



Notas

[1] No texto grego chloros, de onde procede o nosso termo cloro (alvejante)] pode significar verde pálido ou verde como em Mc 6.39,Walter BAUER, A Greek-English Lexicon of the New Testament and other early Christian Literature, apresenta o significado de Ap 6.8, como “amarelo esverdeado” ou “pálido, como uma pessoa doente”, Chicago, 1979,p.882. LADD, op.cit.p.77, admite como tradução possível “a palidez amarelada da morte”. CHAMPLIN, op.cit., p.467, citando o período clássico da língua grega, a firma que Homero usou o termo para indicar a “palidez” do rosto de uma pessoa atemorizada, indicando “ausência de cor”, cita ainda Hipócrites, usando o termo com o sentido de “carne descolorida de pessoa gravemente enferma”.

[2] G.LADD, op.cit.,p.77. CHAMPLIN, ao contrário, identifica apenas um cavaleiro, chamado Morte e também Hades, visto que a morte é companheira inseparável do Hades. No entanto, a Morte e o Hades são claramente identificáveis como distintos um do outro, principalmente quando se observa que o texto usa o pronome na terceira pessoa [ele] para se referir a Morte.
[3] Hades [a]/dhj] entre os gregos era o deus do mundo subterrâneo, corresponde ao deus mitológico romano Plutão, o deus do mundo inferior.
[4] WILMINGTON, op.cit.,p.568.

[5] John PHILLIPS, Exploring Revelation, p.116 apud WILMINGTON, id.Ibid.,p.568
[6] Id.Ibid.p.568

[7] Ibidem

Crédito das imagens

1. http://www.blogoteca.com
2. O Triunfo da Morte" de Otto Dix
3.O quadro Triunfo da morte (1562), do pintor belga Peter Bruegel (1525-1569), retrata o horror que a peste negra causou na Europa

7 comentários:

Jonathan Alves disse...

Olá professor. Realmente muito interessante (entenda-se ótimo) esta série de post's sobre o apocalipse e que possamos ter boas aulas neste período. Interessante ver o senhor falar sobre um tema como este, uma vez que, sempre presenciei o senhor tratando os assuntos de uma forma mais filosófica. Que possamos ver a próxima série sobre as trombetas....
A propósito, onde e quando será o curso de hermenêutica avançada?

Que Deus o abençoe.

Esdras Costa Bentho disse...

Kharis kai eirene

Olá Jonathan, espero continuar o assunto em breve. Quanto ao curso de hermenêutica, estou contabilizando o número de participantes. Preciso primeiro observar se há interesse da parte dos blogueiros.

Um abraço

Muito obrigado pela sua participação em nosso blog.

Lucimauro Marques Ferreira. disse...

A paz do senhor!
Para mim será muito importante esse curso,precisamos dessa preciosidade.

Lord of Erewhon disse...

Você é ridículo, além de analfabeto teológico.

Esdras Costa Bentho disse...

Kharis kai eirene

Prezado Lucimauro, muito obrigado por sua participação no Teologia com Graça. Esperamos que o curso seja uma bênção para todos.
Um abraço

Esdras Costa Bentho disse...

Prezado senhor, resguardo-me do direito de não pronunciar o vosso nome, mas obrigado por sua participação em nosso blog.
Aceito suas críticas, mas fica difícil discuti-las, uma vez que o prezado só vociferou, mas não apresentou as razões pelas quais agride a nossa verve.
Até a próxima!

Anônimo disse...

Parabens muito bom seu Post!!!!Fik c paz d cristo!!!
Abs!
Faculdade Teológica

TEOLOGIA & GRAÇA: TEOLOGANDO COM VOCÊ!



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