O intelectual brasileiro, Milton Santos (1926-2001), afirmara com toda precisão que "dentre as multiplas denominações aplicadas ao nosso tempo, nenhuma é mais expressiva que a de período tecnológico". Todavia, para o autor de Pensando o Espaço do Homem,
a técnica, esse intermediário entre a natureza e o homem desde is tempos mais inocentes da história, converteu-se no objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou por subverter as relações do homem com o meio, bem como as relações do homem com o homem, do homem com as coisas, bem como as relações das classes sociais entre si e as relações entre as nações. [2]
Trata-se, portanto, de uma fase inteiramente nova para a humanidade, cuja ciência, pesquisa pura e aplicada, tecnologia e mass media são, sem sombra de dúvida, os pilares do período tecnológico, como assevera o mesmo autor. Nesste novo contexto e realidade históricas, as coisas são elevadas à categoria social, como que possuindo funções humanas e impondo uma práxis sobre o homem "que governam os seus movimentos e mesmo determinam
Segundo Libâneo, atualmente o pedagogo atua em qualquer instituição onde houver um processo educativo sistematizado, ou seja, intencional, organizado e orientado para objetivos previamente selecionados [4]. Assim, o pedagogo atua como um “arquiteto cognitivo” que organiza o processo pedagógico para que haja melhor otimização do aprendizado, seja nas instituições educacionais, seja nas empresariais.
A inserção do pedagogo nas instituições não-educacionais exige deste profissional o desenvolvimento de competências, estratégias, planejamento e conhecimento de áreas às vezes afastadas dos currículos de formação dos pedagogos. Portanto, interessa ao pedagogo moderno o saber relacionado aos modelos de administração de funcionários ou recursos humanos, a distinção entre educação e treinamento, bem como outros elementos necessários à gestão empresarial.
As mudanças técnicas e organizativas dos processos de trabalho e produção causam forte impacto na divisão do trabalho, conteúdo do trabalho e qualificação dos trabalhadores. Vários autores têm abordado a questão de novas qualificações com diferentes enfoques. O novo profissional necessita de atributos tais como:
- capacidade para antecipar, prevenir e solucionar problemas;
- trabalhar em equipe;
- introduzir inovações e melhorias;
- autonomia, criatividade e tomada de decisões;
- capacidade para liderar, realizar trabalhos complexos e diversificados;
- ser polivalente e competente.
- saber,
- saber fazer,
- saber ser, e
- saber agir [5] .
Gilnei Teixeira acrescenta como características desse novo profissional:
· Orientado para a interdisciplinaridade;
· Orientado para o autodesenvolvimento;
· Capaz de aprender e manter-se atualizado;
· Orientado para missões;
· Orientado para desafios;
· Empreendedor;
· Comprometido com o negócio da empresa;
· Polivalente/policompetente [6].
Notas bibliográficas
[1] TEIXEIRA, Gilnei Mourão (et.al.) Gestão estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2007, p.46.
[2] SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. 5 ed., 2.reimpr. São Paulo: Edusp, 2009, p.16.
[3]Id.Ibid., p.31.
[4]LIBÂNEO, J.C. Pedagogia e pedagogos, para quê? 10.ed., São Paulo: Cortez Editora, 2008, p. 58-9.
[5] Notas da disciplina Educação nas Instituições Não-educacionais, ministrados pela UNESA.
[6] TEIXEIRA, Gilnei Mourão (et.al.) Gestão estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2007, p.55.
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